Brasil tem 1.327 mortes por covid-19 em 24 horas; média móvel fica em 1.148 - Reprodução
Brasil tem 1.327 mortes por covid-19 em 24 horas; média móvel fica em 1.148Reprodução
Por AFP
França - Apesar da esperança com o avanço das campanhas de vacinação, o mundo continua muito vulnerável à pandemia de covid-19 e países como Brasil e França adotaram nas últimas horas restrições após o aumento de casos em algumas regiões.

Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos o governo do presidente Joe Biden deu um passo crucial para a aplicação do grande plano de estímulo econômico contra as consequências da pandemia, com a aprovação na Câmara de Representantes do pacote, que agora será enviado ao Senado.

Diante das sucessivas ondas do vírus, os países continuam respondendo com restrições, à espera de que em algum momento as campanhas de vacinação resultem na imunidade suficiente de suas populações.

Na França, o governo ativou medidas concentradas em departamentos sob vigilância por seu elevado número de contágios. Como exemplo, a cidade de Nice e seu famoso calçadão, no sul do país, permanecerão confinados durante o fim de semana.

"Se for necessário fazer isto para poder ter um pouco mais de liberdades mais tarde, por quê não?", disse Frédérique Duval, estilista de 51 anos e que vive em Nice.

Outro país da Europa que decidiu adotar novas medidas é a República Tcheca, que retornará ao confinamento na segunda-feira para tentar frear a taxa de contágio por habitante, a mais elevada do mundo no momento.

Alerta no Brasil
No Brasil, vários governadores e prefeitos anunciaram novas restrições para evitar o colapso do sistema de saúde com o avanço da pandemia de coronavírus, que já provocou mais de 250.000 mortes no país.

O governo do estado de São Paulo formalizou na sexta-feira um retrocesso em seu plano de flexibilização e reduziu ainda mais o horário de funcionamento de bares e restaurantes, que agora só poderão funcionar até as 20h.

Os estados do Paraná e Rio Grande do Sul anunciaram o funcionamento apenas dos serviços essenciais, ou seja, farmácias, hospitais, supermercados, clínicas veterinárias, postos de gasolina, entre outros.

Em Brasília, o governo do Distrito Federal decretou a partir de domingo o fechamento de escolas, comércios e serviços não essenciais, como cinemas, teatros e academias de ginástica.

Do outro lado do planeta, na Nova Zelândia, a primeira-ministra Jacinda Ardern ordenou neste sábado que a maior cidade do país, Auckland, retorne ao confinamento após a detecção de um novo caso.

A covid-19 infectou mais de 113 milhões de pessoas e provocou mais de 2,51 milhões de mortes desde dezembro de 2019, quando foi detectada na China, de acordo com um balanço da AFP com base em números oficiais.

Passo adiante para Biden
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Nos Estados Unidos, país mais afetado do mundo com mais de 500.000 óbitos, a Câmara de Representantes aprovou na madrugada de sábado o plano de estímulo de 1,9 trilhão de dólares estimulado pelo presidente Joe Biden, um primeiro passo crucial antes que o Senado examine o texto.

O plano Biden pretende apoiar a economia e dinamizar a vacinação contra o coronavírus. O pacote prevê bilhões de dólares para aumentar o ritmo de imunização e testes, assim como 130 bilhões de dólares para ajudar na reabertura de escolas.

Ao mesmo tempo, a agência reguladora dos Estados Unidos está prestes a autorizar uma terceira vacina, o fármaco do laboratório americano Johnson&Johnson, que apresenta duas vantagens: pode ser administrado em apenas uma dose e pode ser armazenado na temperatura de uma geladeira.

Fundamental para frear a propagação do vírus, a vacinação é desigual no planeta. A maior parte das 217 milhões de doses administradas se concentram nos países mais ricos.

Na sexta-feira, em uma rara demonstração de unidade entre as grandes potências, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução que exige equidade no acesso às vacinas.

Adeus a herói britânico
Entre as histórias comoventes desde o início da pandemia, uma das que recebeu mais atenção foi a do "capitão Tom", um veterano britânico da Segunda Guerra Mundial que morreu no início de fevereiro aos 100 anos, famoso por ter arrecadado uma quantia recorde para o serviço de saúde pública durante a pandemia e que recebeu honras militares em seu funeral neste sábado na Inglaterra.

O caixão de Tom Moore, envolvido na bandeira britânica, foi carregado por seis soldados de infantaria até o crematório de Bedford (centro). Devido ao confinamento no Reino Unido desde o início de janeiro para lutar contra o coronavírus apenas oito parentes compareceram à cerimônia privada: suas duas filhas, os dois genros e quatro netos.