Grupo no Facebook reúne milhares de mulheres em mobilização contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL)Reprodução/ Facebook
Por O Dia
Publicado 16/09/2018 15:40 | Atualizado 16/09/2018 18:40

Rio - O grupo Mulheres Unidas contra Bolsonaro, que reúne 2,5 milhões de mulheres articuladas para barrar a candidatura do presidenciável do PSL, vem sofrendo ataques de hackers desde sexta-feira. Na madrugada deste domingo, ele saiu do ar. O grupo foi invadido e teve o nome e a capa trocadas em favor do candidato do PSL. As administradoras do grupo também foram alvo de ataques. Elas tiveram suas linhas telefônicas interrompidas e suspeitam que estejam grampeadas.

A linha de uma das administradoras, que preferiu não se identificar, caiu na madrugada de sexta-feira. Ela disse que foi a primeira a ser afetada. A ligação foi interrompida durante a entrevista. Outra organizadora suspeita que todas estão grampeadas. Elas disseram que providências jurídicas estão sendo tomadas para que os responsáveis por invadir as contas e comunicações pessoais sejam identificados e punidos de acordo com a lei.

Foi registrado Boletim de Ocorrência em Delegacia da Polícia Civil da Bahia na tarde deste sábado. No documento, a administradora conta que na tarde de sexta-feira percebeu que suas contas no WhatsApp, no Facebook e sua linha telefônica foram hackeadas. Mudaram os dados pessoais e a senha da administradora na rede social e usaram sua conta para propagar mensagens ofensivas. 

"Mulheres unidas contra Bolsonaro" disparou em número de filiadas no Facebook, chegando a 2,5 milhões de membras. O grupo foi criado no dia 30 de agosto, em Salvador, e é administrado por dez mulheres e 50 moderadoras. Para entrar é necessário ser mulher - cis ou trans - e ser contra a eleição de Jair Bolsonaro, que tem a citação do nome evitada no grupo para 'não contribuir com os algoritmos (do Facebook) que divulgam ainda mais o nome do candidato'.

Elas explicam que o objetivo da criação do grupo foi unir as mulheres que são contra o avanço e fortalecimento do machismo, misoginia, racismo, homofobia e outros tipos de preconceitos. "Acreditamos que este cenário é uma grande oportunidade para nos reafirmarmos enquanto seres políticos e sujeitos de direito. Esta é uma grande oportunidade de união! De reconhecimento da nossa força!", explicou o grupo por meio de sua equipe de comunicação.

O Facebook informou sobre a queda desta madrugada, que o grupo foi removido temporariamente após a empresa detectar atividade suspeita. Acrescentou que trabalha para esclarecer o que aconteceu e restaurar o grupo às administradoras. Sobre a queda que se sucedeu, por volta das 15h30, a empresa ainda não retornou à reportagem.

Eduardo Bolsonaro diz que grupo era falso

O candidato a deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidenciável, acusou o grupo de ser falso na tarde de sábado em sua conta no Facebook. Ele disse que a página já teria 1 milhão de seguidores "quando foi vendida para a esquerda". Na publicação, ele convida seguidoras a participarem da página 'MULHERES COM BOLSONARO #17 (OFICIAL)' que tem mais de 680 mil membros. Usuárias dizem que o candidato que está espalhando fake news (notícia falsa). Procurado, o Tribunal Superior Eleitoral informou que não havia sido provocado sobre o caso.

 

Candidato a deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL) diz que grupo contra candidatura do pai é falsoReprodução/ Facebook

 

Em breve, mais informações.

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