Martha Rocha nas ruas da Zona Oeste Samuel Barcellos/Divulgação
Por Gabriel Sobreira
Publicado 08/11/2020 19:08 | Atualizado 09/11/2020 10:14
Rio - A matéria deste domingo de O DIA com relatos de moradores e candidatos proibidos de realizarem a campanha em áreas dominadas pelo crime repercutiu entre os candidatos à Prefeitura do Rio. Entre um compromisso e outro, os postulantes ao cargo máximo da Capital comentaram a reportagem. Procurados, Eduardo Paes (DEM) – que participou de eventos nas Zonas Oeste e Norte - e Marcelo Crivella (Republicanos) – que não teve agenda de compromissos de campanha neste fim de semana, respectivamente primeiro e segundo lugar na mais recente pesquisa Datafolha, não se pronunciaram sobre o tema.
A candidata Martha Rocha (PDT), que na mesma pesquisa aparece empatada tecnicamente com Crivella no segundo lugar, esteve em vários bairros, em especial, na Zona Oeste neste fim de semana. Neste domingo, ela e o vice, Anderson Quack, percorreram 25 quilômetros em carreata, de Ilha de Guaratiba até Campo Grande, conversando com moradores e comerciantes explicando planos para o desenvolvimento sustentável na região.
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“Caminhei por vários pontos da cidade, dentro e fora de favelas e comunidades, sem ter sido impedida ou intimidada. Quanto ao teor da reportagem, o maior problema é que essas organizações criminosas criaram tentáculos na política e há décadas vêm elegendo seus representantes. E, infelizmente, essa bancada do crime tem crescido a cada eleição. Também basta ler na própria reportagem exclusiva do jornal O Dia de quais partidos são esses representantes eleitos com o apoio de organizações criminosas. Vejam quem eles apoiam”, orienta ela.
“Quando chefiei a Polícia Civil, nós prendemos um vereador aqui do Rio que comandava uma milícia na Zona Oeste, tendo sido ele um dos suspeitos de me ameaçar de morte. Em relação à solução, está justamente nesse enfrentamento rigoroso das atividades criminosas que financiam campanhas. Como parte do poder público, a Prefeitura também tem seu papel constitucional na segurança”, defende Martha.
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Benedita da Silva (PT), que nas pesquisas está em terceiro lugar, fez neste sábado carreata pela Zona Sul, ao lado de Fernando Haddad. Neste domingo, a candidata começou o dia na Praça Seca, na Zona Oeste, e encerrou na Cinelândia, na Zona Central, onde participou de ato pedindo Justiça para a modelo Mariana Ferrer.
“Ontem foi ’quem matou Marielle?’ e, até agora, nada. Amanhã será quem foi que estuprou a Mariana, e depois? Por isso, é preciso que o Rio seja uma cidade mais segura para as mulheres. Fora Bolsonaro, fora Crivella, fora vocês que não cuidam da cidade e do Brasil, e matam com seu silêncio as mulheres. Estupram com seu silêncio as mulheres. Violentam os direitos humanos com o seu silêncio”, disse a candidata.
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Em relação à reportagem sobre os currais eleitorais do crime, Benedita foi taxativa. “Ninguém pode negar que o poder público, após décadas de ausência nas favelas, perdeu o controle territorial sobre muitas delas para o poder paralelo”, afirma.
A deputada federal acrescenta: “Eu jamais autorizaria negociação com grupos criminosos. Não tive problemas para circular em comunidades, provavelmente pelo fato de o povo se reconhecer em mim, saber que eu vim da favela e nunca me esqueci de meus compromissos com as comunidades. Eu sempre frequentei as favelas, tenho muitos parentes e amigos em muitas delas”, afirma ela, que logo acrescenta. “Nem por isso desconheço o problema. Ele existe, á uma ameaça à democracia, e considero fundamental que o Estado garanta o direito de ir e vir, sobretudo no dia da eleição para que o voto livre não sofra qualquer restrição”, pontua a candidata.
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Ainda segundo a pesquisa Datafolha, em quarto lugar na preferência do voto do carioca, Luiz Lima (PSL) percorreu, neste sábado, mais de 20 bairros, da Zona Norte até a Zona Sul. Neste domingo, o candidato caminhou por Copacabana e ressaltou que a cidade tem que estancar a grave crise econômica nos setores de serviços e turismo gerada pela paralisação na pandemia da covid-19.
Em relação à reportagem do DIA, Lima afirmou o seguinte: “O município vai liderar a ocupação desses espaços ocupados. Vamos trazer conosco o Estado e o Governo Federal. Políticas públicas urbanísticas reduzem a violência. Vamos rever o Plano Diretor e ter um planejamento urbano voltado para construção de uma cidade mais segura. Vamos trabalhar para oferecer moradia digna e dentro da lei para a população que hoje fica refém da milícia”.
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“É possível, sim, a gente melhorar, se cada um fizer a sua parte. A polícia faz o seu trabalho e o governo ocupa os espaços que tem o dever de ocupar, oferecendo educação, esporte, lazer e serviços públicos de qualidade para a população e, ainda, permitindo que prestadores de serviço entrem na comunidade e também ofereçam seus serviços, de gás, de TV a cabo, venda de água", explica o candidato.
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Reta final de MARTHA ROCHA (PDT):
Reta final de BENEDITA DA SILVA (PT):
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Reta final de LUIZ LIMA (PSL):
Reta final de MARCELO CRIVELLA (REPUBLICANOS):
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"O prefeito Marcello Crivella, por conta do seu cargo, já tem que tomar os devidos cuidados em relação à sua segurança pessoal, inclusive seguir o que está no protocolo do cargo que ele exerce. Em virtude também de ser prefeito do Rio em exercício, sua agenda externa tem sido bastante limitada e, em função disso, tem feito mais reuniões e algumas agendas em centro de bairro. A estratégia de campanha segue a mesma que viemos desenvolvendo até agora.", nota da assessoria da campanha da campanha de Crivella.