Palácio Guanabara, sede do governo do RioTomaz Silva/Agência Brasil
Publicado 16/08/2022 01:00
O cenário da corrida pelo Governo do Rio começa a ficar mais claro nesta terça-feira (16), com o encerramento, na noite de ontem, do prazo de registro de candidaturas. Ao todo, foram apresentados nove concorrentes ao Poder Executivo do Rio, sendo apenas uma mulher: Juliete Pantoja (UP). Cláudio Castro (PL) tenta ser reconduzido ao cargo, e tem como principal adversário — até o momento —, Marcelo Freixo (PSB). O ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) tenta subir nas pesquisas de intenção de voto com o apoio de Eduardo Paes (PSD).
Os nomes apresentados ao Tribunal Regional Eleitoral, no entanto, não necessariamente serão aqueles que poderão ser escolhidos pelos eleitores em 2 de outubro, dia do primeiro turno. Os registros ainda passarão pelo crivo da Justiça, e podem ser deferidos ou não, conforme o atendimento aos requisitos legais. O prazo para o julgamento de todas as candidaturas é 12 de setembro — 20 dias antes do pleito.
A partir de hoje, os candidatos estão liberados para fazer propaganda eleitoral na internet e nas ruas estará liberado a realização de caminhadas, carreatas com carro de som, distribuição de material de campanha, comícios e compra de publicidade paga nos meios de comunicação.
As inserções de rádio e televisão começarão a ser veiculadas na sexta-feira da semana que vem, 26 de agosto.

Conheça os 9 candidatos, em ordem alfabética, ao Palácio de Guanabara:
Cláudio Castro — Coligação "Rio Unido e Mais Forte" (Avante / DC / MDB / PL / PMN / PODE / PP / PROS / PRTB / PSC / PTB / Republicanos / SDD / União)

O advogado Cláudio Castro busca a reeleição para o governo do Rio pelo Partido Liberal (PL). O candidato assumiu o cargo de representante do executivo fluminense depois que o ex-governador Wilson Witzel (PMB) sofreu um impeachment em 2021. O postulante era vice de Witzel quando este foi eleito em 2018. Antes disso, Castro ocupou uma vaga na Câmara Municipal do Rio após receber mais de 10 mil votos nas eleições de 2016. Em 2022, o atual governador diz que Pacto RJ é um Programa de Estado que vai além de um projeto de reeleição.

Cyro Garcia (PSTU)
Candidato ao governo do Rio pelo PSTU, partido que fundou em 1994, Cyro Garcia é ex- bancário e professor de história. Nos anos 70 iniciou sua militância no movimento sindical bancário, tendo sido fundador da CUT e do PT na década seguinte. Em 1993, foi deputado federal por 10 meses como suplente de Jamil Haddad. Em 2006 lançou-se deputado federal pelo Rio, mas não foi eleito. Nos anos que se seguiram, tentou o cargo de governador e prefeito da cidade. Em 2018 se candidatou a uma vaga ao Senado, mas não se elegeu.
Eduardo Serra (PCB)
Candidato ao governo do Rio pelo PCB, Eduardo Serra é professor da UFRJ e tem como principal pauta de campanha criar um “projeto anticapitalista” para o estado. Sua companheira de chapa será Bianca Novaes, dirigente estadual do PCB/RJ, professora universitária e sindicalista. Iniciou sua carreira política na década de 1970, quando participou de movimentos estudantis e sindicais. Em 2018, disputou, sem êxito, a Prefeitura do Rio. Serra também concorreu ao governo do Rio em 2010 e ao Senado em 2014, sem conseguir se eleger em ambos os pleitos.
Juliete Pantoja (UP)
Juliete Pantoja é o nome da Unidade Popular na disputa pelo cargo de governadora do Estado do Rio de Janeiro. A candidata é vice-presidente estadual da UP e atua há mais de 10 anos como educadora popular dentro do movimento de luta nos bairros, vilas e favelas (MLB) em defesa do direito à moradia. Paralelamente, integra a Associação dos Estudantes Secundaristas do RJ (Aerj), na Baixada Fluminense. A postulante entrou na política aos 15 anos, quando começou a atuar na Associação dos Estudantes do Rio de Janeiro e tem como proposta reestruturar toda política de segurança pública do Rio.
Luiz Eugênio Honorato (PCO)
Honorato vai concorrer pelo Partido da Causa Operária (PCO) nessas eleições. No pleito de 2018, Honorato já tinha concorrido ao governo do estado. Luiz nasceu em Volta Redonda, no sul fluminense, onde ainda mora e tem 61 anos. É metalúrgico aposentado da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O postulante ao comando do Rio foi diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT) da região Sul Fluminense. Nas décadas de 80 e 90, ela participou de lutas e reivindicações da classe operária no estado.
Marcelo Freixo — Coligação "A vida vai melhorar" (PSB / Federação Brasil da Esperança - PT/PC do B/PV / Federação PSDB/CIDADANIA / Federação PSOL/REDE)
Candidato do PSB ao governo do Rio, o deputado federal Marcelo Freixo, de 55 anos, nasceu em São Gonçalo e é formado em História pela UFF. Iniciou na vida pública como assessor do então deputado estadual Chico Alencar e, em 2007, conseguiu se eleger como deputado estadual. Em 2012, após se reeleger para a Alerj, lançou sua candidatura para a Prefeitura do Rio. Tentou novamente em 2016, sem sucesso, mas dois anos depois conquistou uma vaga no Congresso Nacional como o candidato de esquerda mais votado no Rio de Janeiro. Em 2021, foi escolhido para ser o líder da Minoria da Câmara.
Paulo Ganime (Novo)

O deputado federal Paulo Ganime, de 39 anos, foi o escolhido do Partido Novo para concorrer ao governo do Rio. Ingressou na vida pública em 2018 com quase 53 mil votos e, desde então, tem trabalhado em pautas como as Reformas Administrativa e Tributária, o fim dos privilégios e o combate à corrupção. Formado em Engenharia de Produção pelo Cefet-RJ, cursou Economia na Uerj, com MBA em Gestão de Empresas na PUC-RIO. Orgulha-se por ter economizado mais de R$ 5 milhões no seu mandato. Em seu discurso de pré-candidatura, Ganime disse que um dos objetivos de seu governo é acabar com a corrupção.

Rodrigo Neves — Coligação "Pra mudar com quem sabe governar" (PDT/Patri/PSD/Agir)

Candidato ao governo do Rio pelo PDT, Rodrigo foi vereador, deputado estadual, secretário estadual e prefeito de Niterói por dois mandatos. Em 2018, alvo da Operação Alameda, em dezembro de 2018, o então prefeito de Niterói ficou mais de 90 dias na cadeia. No entanto, o seu processo foi extinto pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em julho de 2022 por falta de provas. Em 2020, o postulante recebeu o prêmio de reconhecimento da ONU, do Congresso Smart City e da Fira de Barcelona pela atuação de Niterói no combate à pandemia do novo coronavírus.

Wilson Witzel (PMB)
Witzel tenta retornar ao cargo de governador do Rio pelo Partido da Mulher Brasileira. Em 2019, ele tomou posse no Palácio Guanabara, mas perdeu o mandato dois anos depois após sofrer um processo de impeachment. O candidato foi acusado de um esquema de corrupção na contratação de organizações que eram responsáveis por hospitais para tratar pessoas com Covid. Witzel afirma ser inocente. Antes de entrar para a política, o ex-governador foi juiz federal por 17 anos e atuou em casos polêmicos, como o do propinoduto.
 
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