Plenário do Senado, em Brasília. Diferentemente dos deputados, senadores têm mandato de oito anos Edilson Rodrigues/Agência Senado
Publicado 20/08/2022 01:00 | Atualizado 20/08/2022 11:31
No dia 2 de outubro o eleitor vai às urnas votar no candidato que acredita ser o melhor representante do Rio de Janeiro no Senado. Diferentemente dos deputados, esse parlamentar tem um mandato de oito anos, e a renovação é sempre parcial: em 2022, cada estado elege um representante. No próximo pleito, serão dois.

Dos treze registros no site do Tribunal Superior Eleitoral, alguns nomes são fáceis de reconhecer, pois já exerceram cargos políticos anteriormente. O ex-jogador Romário (PL) está em busca da reeleição. Clarissa Garotinho carrega o nome da família — os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus. Alessandro Molon (PSB) já foi eleito três vezes deputado federal. Cabo Daciolo ficou conhecido nas eleições de 2018, quando se candidatou à presidência da República.

Os registros de candidatura ainda precisam ser aprovados pela Justiça Eleitoral, que tem até o dia 12 de setembro para julgar os casos conforme os requisitos necessários. Mesmo assim, os candidatos já estão liberados para fazer suas campanhas eleitorais em busca de conquistar a tão desejada vaga.

Além de senador, este ano também serão eleitos o presidente da república, o governador do estado, e os deputados estaduais e federais. Na reportagem de hoje, o O Dia apresenta ao leitor um breve perfil de cada postulante à Câmara Alta.

Alessandro Molon (PSB)
Advogado, radialista e professor, o mineiro de BH Alessandro Molon é mestre em História pela UFF e doutor em Direito Público na UERJ. Foi líder da Oposição na Câmara nos anos de 2019 e 2021 e também líder do PSB em 2020. Durante a pandemia, apresentou um conjunto de 25 medidas de combate à crise, das quais 13 foram adotadas. Além de ter relatado o Marco Civil da internet na Câmara, é o autor da Lei 13.880/19, pela qual agressores enquadrados na Lei Maria da Penha tenham armas de fogo apreendidas. Disputou, sem sucesso, a Prefeitura do Rio em 2008 e 2017.
Alessandro Molon - Divulgação
Alessandro MolonDivulgação
André Ceciliano (PT)
André iniciou sua vida política em 1998, sendo eleito para o cargo de deputado estadual, aos 30 anos. Anos depois, foi prefeito de Paracambi duas vezes. Atualmente, Ceciliano está em seu quarto mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ele vem presidindo a Casa desde 2019, mas também comandou votações importantes na legislatura anterior, como segundo vice-presidente, nas ausências de Jorge Picciani e Wagner Montes. É o autor do projeto que instituiu o Supera RJ, auxílio estadual a pessoas em vulnerabilidade, e da Emenda Constitucional que criou o Fundo Soberano.

André CecilianoDivulgação / ALERJ
Bárbara Sinedino (PSTU)
Bárbara Sinedino (PSTU) é professora, dirigente sindical, grevista e milita pelas causas sociais. A candidata se apresenta como “alternativa radical” para combater o projeto “conservador e privatista de Bolsonaro”, o ajuste fiscal e os banqueiros. Feminista e socialista, Sinedino defende o direito das mulheres trabalhadoras, a legalização do aborto e luta para combater a cultura do estupro. Ela é contra as reformas da Previdência e trabalhista, e a favor do não pagamento da dívida pública aos banqueiros e a taxação das grandes fortunas para garantir emprego, saúde, educação e moradia.
Bárbara SinedinoDivulgação

Clarissa Garotinho (União)
Formada em jornalismo, a deputada federal Clarissa Garotinho (União) é filha dos ex-governadores fluminenses Anthony Garotinho e Rosinha Matheus e irmã do prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho. Foi diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), e seu primeiro cargo político foi o de presidente da PMDB Jovem, em 2004. Eleita vereadora em 2008 pelo Rio de Janeiro, tornou-se deputada estadual em 2010 e deputada federal em 2014 e 2018. Uma das poucas mulheres na disputa ao Senado Federal pelo Rio de Janeiro, defende o aumento de penas contra estupradores e pedófilos.
Clarissa GarotinhoDivulgação

Cabo Daciolo (PDT)
Concorrendo pela primeira vez ao Senado, Cabo Daciolo é bombeiro militar, pastor evangélico e ex-deputado federal, quando foi eleito pelo PSOL na esteira das greves dos bombeiros. Ficou nacionalmente conhecido quando em 2018, o candidato concorreu à Presidência da República pelo Patriota, terminando a eleição em sexto lugar, com 1,26% dos votos válidos, à frente de nomes experientes como Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB), e Álvaro Dias (Podemos).
Cabo DacioloDivulgação / Facebook

Daniel Silveira (PTB)
O candidato Daniel Silveira é ex-policial militar e em 2018 disputou as eleições para deputado federal, conquistando a cadeira pelo Partido Social Liberal (PSL). Em 2020, o deputado passou a ser investigado por ataques ao Supremo e, em 2021, foi preso após publicar um vídeo com injúrias e ameaças a ministros do STF. Ele foi posteriormente condenado pelo tribunal a uma pena de oito anos de reclusão, e recebeu um indulto da graça do presidente Bolsonaro. Apresentou projetos como o que anistiaria policiais participantes de movimentos grevistas.
Daniel SilveiraReila Maria - Câmara dos Deputados

Hélvio Costa (DC)
Professor, jurista e teólogo, Hélvio Costa é fundador do Instituto Cooperar Brasil e da "World Organization for Inclusion and Social Transformation" (WOSI&T), e diretor da Faces Brasil (Faculdade Cooperar de Educação Superior). Disputou as eleições presidenciais em 2018 como vice-presidente na chapa do deputado constituinte José Maria Eymael, do Democracia Cristã (DC). Atualmente é membro da executiva nacional do partido.

Hélvio CostaDivulgação
Hermano Lemme (PCO)
Hermano é arquiteto e fundador do Comitê Fora Bolsonaro (Centro e Zona Sul) do Rio de Janeiro, onde desenvolve o trabalho de organização das atividades. Servidor público aposentado do INSS tem 66 anos e é natural do Rio de Janeiro.
Hermano LemmeDivulgação

Hiran Roedel (PCB)
O professor e escritor Hiran Roedel começou a atuar na política ao ingressar no movimento sindical bancário, em 1982. A militância abriu portas para o PCB. Formado em História pela UFRJ, tem forte atuação na base do Sindicato dos Professores de Escolas Particulares (Sinpro-Rio), ocupando o cargo de diretor entre os anos de 2011 e 2014. Hiran também foi servidor público na UFRJ até o ano de 2019, quando se aposentou.

Hiran RoedelDivulgação

Marcelo Itagiba (Avante)
Marcelo Itagiba (Avante) é delegado da Polícia Federal e foi secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro entre 2004 e 2006 – ano que foi eleito deputado federal e presidiu a CPI das Escutas Telefônicas. Enquanto representante do Rio na Câmara dos Deputados, Itagiba teve duas leis aprovadas: a que instituiu o Dia Nacional da Imigração Judaica (12.124/2009) e a que tornou Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil a Feira Nordestina de São Cristóvão (12.301/2010).
Marcelo Itagiba Divulgação

Paulo Marcelo (PMB)
O médico Paulo Marcelo (PMB) tem 53 anos e foi candidato a vereador em Campos dos Goytacazes, sua cidade natal, nos anos de 2008, 2012 e 2016, tendo sido eleito apenas como suplente nas duas últimas eleições. Em 2018, concorreu ao cargo de deputado estadual e foi mais uma vez eleito suplente, na 16ª posição. Em 2020, tentou novamente o cargo de vereador no Norte Fluminense, mas não foi eleito.

Paulo MarceloDivulgação

Raul Bittencourt (UP)
O concorrente ao Senado pela Unidade Popular, Raul Bittencourt, é formado em Direito, servidor do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e diretor licenciado do Sindicato dos servidores federais dos municípios do Rio de Janeiro (Sindsep-RJ). Nas eleições de 2020, foi candidato a vereador pela capital fluminense pelo partido, que não conseguiu eleger representantes. Ele recebeu 399 votos.

Raul BittencourtDivulgação / Facebook

Romário (PL)
Na busca do 2º mandato como senador, Romário chegou à Câmara Alta pela primeira vez em 2014, pelo PSB — legenda que seria trocada pelo Podemos antes da mudança para o atual partido. O candidato foi relator de mais de 40 projetos de lei, como o projeto que define injúria racial como crime de racismo. Antes disso, o ex-jogador tomou posse como deputado federal em 2011, também pelo PSB. Na Câmara, Romário foi relator da proposta que incentiva a formação técnico-profissional de jovens na área do esporte, além de presidir a Comissão do Turismo (2013). Ele se candidatou ao governo em 2018, mas não chegou ao segundo turno.
RomárioEdilson Rodrigues
Leia mais