Publicado 25/08/2022 14:45 | Atualizado 25/08/2022 14:47
Em sabatina promovida pelos jornais Valor Econômico e O Globo, e pela rádio CBN, na manhã desta quinta (25), a candidata à presidência Simone Tebet (MDB) disse que não buscará a reeleição, criticou o Orçamento Secreto e afirmou que pretende promover ações contra o desmatamento ilegal na Amazônia, entre outros assuntos.
Na entrevista, Tebet prometeu que irá protocolar no Tribunal Superior Eleitoral e no Congresso Nacional um documento em que se compromete a não buscar um novo mandato, caso seja eleita em outubro: "em uma semana, se esse documento não estiver protocolado no TSE, podem abrir processo de impeachment por improbidade, falso testemunho, por mentira, estelionato eleitoral", afirmou
A postulante reconheceu que já foi a favor da reeleição, mas que passou a ver a recondução como "uma escalada de ganância de poder". Ela também citou que para continuar no Executivo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula (PT) "criou o mensalão e o petrolão", enquanto sua sucessora, Dilma Rousseff (PT) "quase quebrou estatais e o presidente Jair Bolsonaro (PL) articulou o Orçamento Secreto".
Sobre o Orçamento Secreto, a emedebista disse que, caso seja eleita, "as portas do Palácio do Planalto" estarão abertas aos órgãos fiscalizadores. Para a senadora, o problema não são as emendas pagas aos parlamentares, previstas constitucionalmente, mas a falta de transparência.
“O que nós temos que fazer, é dar transparência. O político só tem medo de uma coisa: o povo vai dizer. Quando você der transparência, com uma caneta, para o Orçamento Secreto, vai ver quem realmente levou esse dinheiro, se esse dinheiro foi bem aplicado, sem nenhum problema", disse.
A candidata já prometeu que, se for eleita, no seu primeiro dia de governo irá assinar uma norma para que todos os ministérios deem transparência total sobre a destinação dos recursos das emendas parlamentares.
Sobre o teto de gastos, Tebet defendeu sua manutenção e disse que "é a única âncora fiscal que sobrou". No entanto, ela ponderou que talvez seja necessário flexibilizar e atualizar a âncora fiscal que foi criada no governo do Michel Temer, seu correligionário.
Sempre se posicionando contra a privatização da Petrobras, ela defendeu que desestatizações devam ser feitas de maneira moderada e disse que não deseja "privatizar por privatizar" as empresas públicas.
"O Brasil está precisando de posicionamentos centrados, não é 8 ou 80, não é ser totalmente a favor de todas as privatizações ou ser estatizante", afirmou.
Por ser fazendeira e ruralista, a aspirante à Presidência disse ser favorável à demarcação de terras indígenas e defendeu que seja feito um estudo antropológico. "Sou contra a invasão dessas áreas antes, seja por um lado, seja por outro."
Em um eventual governo, Tebet prometeu promover o "desmatamento ilegal zero na Amazônia".
Sobre estar em quarto lugar nas principais pesquisas, a candidata disse ser ainda desconhecida pelo eleitorado, mas que "pesquisa é uma fotografia e nenhum voto foi depositado na urna". Ela também informou que ainda restam 35 dias para se “apresentar ao Brasil".
*Com Estadão Conteúdo
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