Publicado 12/09/2022 01:00
Embora estudos apontem que a população de jovens vem diminuindo com o passar dos anos, enquanto que o número de idosos cresce exponencialmente, o segmento tem atraído cada vez mais a atenção de candidatos a cargos eletivos.
Nas eleições deste ano, os jovens na faixa etária de 18 a 24 anos representam 11,14%, do total de 12,8 milhões de eleitores no Rio de Janeiro. Se incluirmos a faixa de 15 a 17 anos, dos jovens que podem votar, mas ainda sem a obrigatoriedade, o percentual vai a 12,17%. Os números são de setembro deste ano e estão disponíveis no site do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ).
Eles estão na idade de escolher o futuro e pensar nos próximos passos. E tão importante quanto decidir qual caminho profissional seguir na vida, a escolha de políticos que vão governar o país pelos próximos quatro anos também vem ganhando um peso considerável na vida desta parcela da população.
Formado em Administração, Luiz Claudio Lopes da Silva Júnior tem 23 anos e é fornecedor de salgados. Morador do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, ele acredita que o voto é “a ferramenta mais importante que temos para decidir o futuro do país.” Luiz Claudio descreve o voto como um instrumento “saudável para a democracia” e declara que, por meio dele, “temos um país mais livre, mais democrático e mais plural.”
Júnior, como é chamado pelos amigos, afirma que seu posicionamento político é motivado por suas ideologias. Para ele, os aspectos econômicos, sociais e culturais são decisivos na hora de escolher os candidatos.
Nas eleições deste ano, os jovens na faixa etária de 18 a 24 anos representam 11,14%, do total de 12,8 milhões de eleitores no Rio de Janeiro. Se incluirmos a faixa de 15 a 17 anos, dos jovens que podem votar, mas ainda sem a obrigatoriedade, o percentual vai a 12,17%. Os números são de setembro deste ano e estão disponíveis no site do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ).
Eles estão na idade de escolher o futuro e pensar nos próximos passos. E tão importante quanto decidir qual caminho profissional seguir na vida, a escolha de políticos que vão governar o país pelos próximos quatro anos também vem ganhando um peso considerável na vida desta parcela da população.
Formado em Administração, Luiz Claudio Lopes da Silva Júnior tem 23 anos e é fornecedor de salgados. Morador do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, ele acredita que o voto é “a ferramenta mais importante que temos para decidir o futuro do país.” Luiz Claudio descreve o voto como um instrumento “saudável para a democracia” e declara que, por meio dele, “temos um país mais livre, mais democrático e mais plural.”
Júnior, como é chamado pelos amigos, afirma que seu posicionamento político é motivado por suas ideologias. Para ele, os aspectos econômicos, sociais e culturais são decisivos na hora de escolher os candidatos.
Para ajudar na escolha, Júnior se mantém informado sobre o assunto por meio de diversos canais de notícias, e completa dizendo que “desde muito tempo segue analistas políticos, cientistas políticos e jornalistas.”
Levantamento realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) aponta que no 1º trimestre de 2020, 152 mil jovens cariocas com idade entre 14 a 24 anos estavam desempregados. A taxa de desocupação na semana de referência que ocorreu a pesquisa entre os jovens de 14 a 17 anos foi de 61,8% e a de jovens entre 18 a 24 anos é de 32,6%.
Como todo jovem que pensa em um futuro melhor, Luiz Claudio busca a estabilidade financeira. Para o Brasil, ele deseja “um país menos desigual, mais livre e mais democrático, com mais emprego, mais renda e mais oportunidades”, declara.
Beatriz Bezerra Toledo tem 16 anos e está no 2º ano do Ensino Médio. Moradora de Mesquita, na Baixada Fluminense, a jovem já tirou o título e, apesar de não ser obrigatório, pretende votar pela primeira vez este ano: “um voto já muda muita coisa, então, com certeza, eu vou votar”, afirma.
Os motivos que levam a estudante às urnas são as opiniões do atual presidente, das quais ela discorda, e a oportunidade de poder buscar algo melhor. Ela optou por postulantes que “têm muitos projetos sociais”. “Os candidatos que escolhi planejam acabar com a desigualdade social e trazer para o povo o que mais precisa”, diz.
A estudante atribui sua motivação política às rodas de conversa e aos debates que participa na escola. “Eu percebi que quando eu for colocar o número do meu candidato na urna, isso vai fazer muita diferença. Então é isso que tem me motivado bastante.”
Para o futuro, Beatriz tem fé na melhora do poder de compra do brasileiro. “Eu acredito que voltaremos a comer melhor, sem ter a necessidade de tirar itens do carrinho. Hoje a minha mãe reclamou que esse ano o IPVA do carro veio bem mais alto que do ano passado. As viagens aqui em casa tiveram que ser reduzidas, a minha mãe diz que ela hoje precisa manter o básico, então uma das minhas expectativas também é retornar a ter o lazer, porque com o combustível caro fica difícil”, diz.
Aos 25 anos, o publicitário Victor Gutiérrez pensa em deixar o Rio de Janeiro por conta da violência. O destino planejado é Campo Grande, Mato Grosso do Sul, para onde quer ir com Kath, sua mulher desde janeiro deste ano: “não temos paz, sabe? É surreal o que vivemos. Uma verdadeira guerra civil”, desabafa.
Ele considera o voto “um direito fundamental do cidadão”, porém, não se identifica com o sistema presidencialista adotado no Brasil. Ao invés, defende o parlamentarismo como um modelo de governo “mais eficiente”.
Para o futuro, Beatriz tem fé na melhora do poder de compra do brasileiro. “Eu acredito que voltaremos a comer melhor, sem ter a necessidade de tirar itens do carrinho. Hoje a minha mãe reclamou que esse ano o IPVA do carro veio bem mais alto que do ano passado. As viagens aqui em casa tiveram que ser reduzidas, a minha mãe diz que ela hoje precisa manter o básico, então uma das minhas expectativas também é retornar a ter o lazer, porque com o combustível caro fica difícil”, diz.
Aos 25 anos, o publicitário Victor Gutiérrez pensa em deixar o Rio de Janeiro por conta da violência. O destino planejado é Campo Grande, Mato Grosso do Sul, para onde quer ir com Kath, sua mulher desde janeiro deste ano: “não temos paz, sabe? É surreal o que vivemos. Uma verdadeira guerra civil”, desabafa.
Ele considera o voto “um direito fundamental do cidadão”, porém, não se identifica com o sistema presidencialista adotado no Brasil. Ao invés, defende o parlamentarismo como um modelo de governo “mais eficiente”.
Victor confessa que não estava acostumado a se posicionar politicamente, mas que este ano deixou o "cargo de isentão" — e explica o motivo: "alguns candidatos são muito perigosos, são criminosos mesmo" O publicitário revela também que muitas vezes seu posicionamento político é feito de “forma velada”. Para “não se prejudicar”, ele prefere “fazer piadas etc.”, desabafa.
Nas eleições de 2 de outubro, ele — que busca informações em veículos de orientações editoriais divergentes — optou por candidatos "pragmáticos" que, "embora opostos na questão da pandemia, estão alinhados em outros pontos".
Ações tentam chamar novos eleitores às urnas
Em setembro de 2021, o Tribunal Superior Eleitoral lançou uma campanha para tentar atrair os jovens de 16 e 17 anos ao exercício do voto. Veiculada nas emissoras de rádio e TV, bem como nos perfis da Justiça Eleitoral no Twitter, Instagram, Facebook e Spotify, a campanha “Bora votar!” teve o objetivo de estimular o interesse dessa faixa etária em participar da vida política e conscientizá-los sobre o potencial que o voto tem de mudar a realidade do país.
Para o cientista político Andre Luiz Fayão, a participação juvenil nos processos eleitorais, sobretudo nas sociedades democráticas, constitui a etapa final dos processos de socialização. “É quando se abrem para os jovens as portas dos processos decisórios. A partir desse momento, os jovens vão estar participando com segmentos de mais idade das tomadas de decisão sobre o país, sobre a vida em sociedade. Isso é muito importante”, destaca o especialista.
Fayão acredita que a participação do jovem no processo eleitoral e o comprometimento deste segmento com a campanha eleitoral e as disputas que vão definir os rumos do país nas diversas instâncias de governo, não é apenas um ato de engajar, mas de empoderamento.
“Empoderamento no sentido que ele pode começar a escolher propostas que são referentes ao seu segmento, que pode contribuir diretamente com a campanha política no sentido de escolher alguém que o represente. Esse empoderamento do ponto de vista ético é importante porque consolida o jovem enquanto um cidadão, enquanto um membro ativo da sociedade, tanto do ponto de vista de direitos quanto de deveres”, afirma Fayão.
Diversos artistas também se engajaram na campanha de fazer com que esses jovens que ainda não precisam votar mas que já podem, se interessem pelo exercício da cidadania.
Anitta foi uma das que abraçou a causa e não poupou esforços. Em seu perfil no Twitter, a cantora brincou ao publicar que só tiraria fotos com fãs maiores de 16 anos que já tivessem tirado o título de eleitor. Na mesma rede social, a ex-bbb Juliette postou na mesma rede social que “o voto é uma das melhores maneiras de expressar nossa voz dentro da democracia, talvez a mais poderosa”. Zeca Pagodinho gravou um vídeo para a campanha do TSE e destacou que “a democracia agradece”, e a também cantora Luísa Sonza compartilhou tutoriais de como tirar o título de eleitor.
E os esforços valeram a pena. Entre janeiro e abril deste ano, o país ganhou 2.042.817 novos eleitores entre 16 e 18 anos. O aumento foi de 47,2% em relação ao mesmo período em 2018.
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