Publicado 17/09/2022 23:10 | Atualizado 18/09/2022 02:11
Na noite deste sábado (17/09), os candidatos ao Governo do Rio, Cláudio Castro (PL), Marcelo Freixo (PSB), Rodrigo Neves (PDT) e Paulo Ganime (Novo), estiveram mais uma vez frente a frente no debate promovido pelo SBT. O programa, mediado pela jornalista Isabele Benito, foi uma parceria com o portal Terra, Revista Veja e Rádio Nova Brasil.
No primeiro bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si. A ordem foi previamente definida por sorteio na presença dos assessores dos postulantes.
As áreas da Saúde, Educação e Segurança Pública foram os temas mais discutidos entre os candidatos. Mas, diante das últimas denúncias envolvendo o nome do atual governador em esquemas de corrupção, como os ‘fantasmas do Ceperj’ e a recente delação do ex-assessor de Cláudio Castro – que acusou o governador de supostamente receber propina –, a corrupção foi outro assunto que esteve em pauta no debate.
Pela ordem de sorteio, Ganime iniciou a rodada questionando se Castro não deveria abandonar a candidatura para que o “Rio não tivesse um sexto governador preso”. Em resposta, Castro afirmou acreditar na justiça, disse que está “processando todos os delatores” e frisou o fato de o caso ter vindo à tona somente em época de campanha eleitoral, sugerindo que a acusação seria para atrapalhar sua reeleição.
O chefe do Executivo fluminense declarou ainda que “quem fez mal feito tem que responder” e falou de suas realizações nos dois anos de governo: “quanto a mim, ajudei a tirar o Rio de uma crise financeira. O Rio voltou a avançar. Estou colocando o Rio de volta nos trilhos”, declarou.
A Saúde foi abordada por Rodrigo Neves e Marcelo Freixo. O ex-prefeito de Niterói relacionou o “descaso” com a população à má gestão e o desvio de verbas da atual administração. Por sua vez, Freixo relembrou que o Rio de Janeiro foi o estado que teve mais mortes por Covid e que o ex-governador Wilson Witzel foi afastado do governo por crime na área da saúde. O deputado federal disse, ainda, que é preciso “blindar a saúde”.
Durante todo o programa, o discurso de Rodrigo Neves foi baseado nas suas realizações enquanto prefeito de Niterói, cidade que administrou por oito anos. Ele comentou a abertura do Hospital Getúlio Vargas Filho, mais conhecido como ‘Getulinho’ e prometeu contratar mais médicos especialistas para acabar com a fila da saúde.
Freixo disse que, se eleito, irá trazer remédios para as UPAs e hospitais, fazer parcerias com prefeitos para melhorar o atendimento e prometeu “acabar com a roubalheira para a saúde melhorar”.
Em outra rodada, Castro abordou a Segurança Pública do Rio ao pedir explicações para Freixo sobre como seria sua política de governo sem o uso de helicópteros em operações policiais.
O deputado federal mencionou o nome de algumas crianças que morreram durante operações policiais, como a menina Ágatha Vitória, e prometeu criar políticas efetivas para a área. O candidato também fez menção ao seu combate às milícias quando era deputado estadual e prometeu cuidar dos policiais aposentados e pensionistas.
Castro defendeu o uso de helicóptero e disse que em um possível governo de Freixo, “a polícia iria morrer”. O governador frisou que em 40 anos não ouve relatos de pessoas mortas por tiros disparados por policiais nas aeronaves.
Criando o primeiro momento delicado do evento, o pessebista respondeu dizendo que “governador também não pode ser bandido” e mencionou a prisão do ex-secretário da Polícia Civil Allan Turnowski, preso recentemente por suspeita de envolvimento com o jogo do bicho.
Castro pediu direito de resposta, mas foi negado. Ele disse ser “homem de bem, pai de família” e se justificou afirmando que governar não é como um “parque da fantasia”. Em seguida, pediu explicações ao postulante sobre o dinheiro que fora angariado para a família de Amarildo e sumiu. (O ajudante de pedreiro desapareceu em 2013, após ser detido pela polícia na Rocinha). Por sua vez, Freixo não deu explicações.
Candidatos respondem às perguntas de jornalistas
No segundo bloco, a dinâmica do debate contou com a participação de três jornalistas: Silvio Barsetti, colunista do Terra; Vanessa Di Sevo, da Rádio Nova Brasil; e Humberto Nascimento, editor-chefe do SBT Rio. Ao longo das rodadas, cada um escolheu escolhia um postulante para responder à pergunta e outro para tecer comentários.
O colunista do portal Terra começou a primeira rodada perguntando para o atual governador sobre como combater a ação dos grupos paralelos, como as milícias. Castro declarou que assumiu uma polícia “sucateada”, falou sobre o crescimento do programa Segurança presente e sobre o centro de treinamento da polícia. “Estamos equipando e investindo na polícia e assim será combatido o crime organizado”, declarou.
Escolhido para comentar, Freixo disse que “tem que ter coragem para enfrentar as milícias” e relembrou de sua atuação na CPI, quando estava na Alerj. Cláudio Castro criticou o candidato e disse que o “herói” que combateu as milícias foi o relator da CPI Gilberto Palmares. "Freixo traz pra si um crédito que não é dele. Freixo engana as pessoas”, rebateu. O pessebista pediu direito de resposta, mas foi negado.
Vanessa Di Sevo, da Rádio Nova Brasil, pediu para que o ex-prefeito de Niterói explicasse seu projeto de governo para a área de transporte, em especial sobre os planos para a Supervia. A jornalista perguntou também se ele reestatizaria a empresa. Neves afirmou que é preciso “melhorar a acessibilidade e garantir a segurança para que os cabos não sejam roubados” e prometeu "tirar do papel" a linha três do metrô (projeto que liga São Gonçalo, Itaborai e Niterói o centro do Rio).
O postulante Ganime aproveitou para comentar sua experiência com a Supervia: “vi o sentimento de toda a população”. Ele falou da instabilidade nos horários dos trens, que atrapalha o dia a dia do trabalhador, e afirmou que o contrato com a Supervia precisa ser revisto. O representante do partido Novo comentou ainda sobre sua proposta de acrescentar mais uma passagem ao Bilhete Único.
A jornalista também perguntou para Rodrigo Neves se em um eventual segundo turno com Castro ele pediria apoio a Freixo; ou se apoiaria o pessebista caso ele disputasse o segundo turno com o governador. Não respondendo à pergunta, Neves disse acreditar em uma possível mudança de cenário. Freixo aproveitou para alfinetar o postulante e rebateu dizendo “ter certeza que vai para o segundo turno”, e completou dizendo que “votaria e apoiaria” o pedetista. “Espero que você me apoie. O conheço há muitos anos, lhe tratei de forma respeitosa e não fui correspondido”, declarou.
O editor-chefe do SBT Rio, Humberto Nascimento, perguntou a Ganime se ele era um “entusiasta das privatizações” e se esse é o modelo de gestão que o postulante defende. O deputado federal respondeu que “é dever do estado garantir que qualquer serviço público concessionado funcione. A questão não é o modelo de concessão, porque funciona em vários lugares do Brasil e do mundo.” Ele prometeu colocar “pessoas certas, nos lugares certos” e “combater empresários corruptos que oneram o estado”.
O editor da Revista Veja, Ricardo Ferraz, perguntou a Freixo se a liminar que o PSB conseguiu no STF (que limita o uso da força policial em operações nas comunidades) não encorajaria os bandidos. O pessebista disse que com investimento, polícia bem equipada e treinada, e ações bem planejadas é possível melhorar a Segurança Pública do estado. “Vítima da milícia e do tráfico, não pode ser também vítima de operações policiais”, completou.
Castro criticou Freixo dizendo que ele mudou o discurso: “odiava a polícia e agora diz que ama”, e falou sobre os índices de segurança em seu governo: “todos os índices caíram. A segurança está melhorando. Não dá para fazer mágica. É Tijolo por tijolo e os dados mostram a evolução.”
No final do debate os candidatos tiveram a oportunidade de falar diretamente com os telespectadores.
Cláudio Castro defendeu sua administração dizendo que o estado “voltou a crescer”. Freixo agradeceu à emissora e ao telespectador e declarou que “vale a pena ser honesto”. Ganime disse poder “governar o Rio sem medo de que o próximo governador seja preso”. E Rodrigo Neves pediu voto para os eleitores que estão indecisos e para os que estão “insatisfeitos” com Castro e Freixo.
Cláudio Castro defendeu sua administração dizendo que o estado “voltou a crescer”. Freixo agradeceu à emissora e ao telespectador e declarou que “vale a pena ser honesto”. Ganime disse poder “governar o Rio sem medo de que o próximo governador seja preso”. E Rodrigo Neves pediu voto para os eleitores que estão indecisos e para os que estão “insatisfeitos” com Castro e Freixo.
O debate no Twitter
Durante a transmissão, a hashtag ‘DebatenoSBT’ ficou em primeiro lugar no trending topics do Twitter.
No final da tarde, Marcelo Freixo (PSB) convidou seus eleitores a fazerem um ‘tuitaço’ com a hashtag ‘FreixoNoSBT’. A estratégia surtiu efeito e o nome do candidato ficou em segundo lugar nos assuntos mais comentados da rede social.
No final da tarde, Marcelo Freixo (PSB) convidou seus eleitores a fazerem um ‘tuitaço’ com a hashtag ‘FreixoNoSBT’. A estratégia surtiu efeito e o nome do candidato ficou em segundo lugar nos assuntos mais comentados da rede social.
Os nomes dos outros postulantes também entraram para o ranking. Cláudio Castro ficou em 9º lugar, seguido de Ganime em 10º. O ex-prefeito de Niterói também esteve presente entre os assuntos mais tuitados.
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