O candidato do PTB à Presidência Padre KelmonDivulgação
Publicado 30/09/2022 12:41 | Atualizado 30/09/2022 12:55

Participante dos dois últimos debates entre os candidatos à Presidência da República, Kelmon Luis de Souza, que se denomina Padre Kelmon (PTB), tornou-se um dos nomes mais buscados na internet após o encontro de presidenciáveis nessa quinta-feira (29).
Nos últimos meses, o candidato — que aparece com poucas intenções de voto, segundo pesquisas eleitorais — tem demonstrado apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e, mesmo sendo oponentes na corrida eleitoral, costumam trocar elogios e concordar em diversos posicionamentos.
Embora se denomine sacerdote, Kelmon não é oficialmente reconhecido pela união das igrejas da comunhão ortodoxa no Brasil.
Veja fatos sobre o candidato:
Já fez poema para Bolsonaro
Sempre que pode, Kelmon demonstra apoio a Bolsonaro, desde 2018. Além de ter participado de atos pró-governo defendendo o presidente e segurando cartazes contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o candidato já até mesmo escreveu um poema para o mandatário.
Em março deste ano, ele publicou nas redes sociais um texto que fez em homenagem a Bolsonaro, no dia do aniversário dele.
"Brasil, pátria amada querida. Orgulho da minha vida. Luto pela verdade. Semeio prosperidade... Onde haja miséria e fome. Não posso fingir, negar. A todos vou ajudar... Ricos, pobres, negros, índios e brancos", diz um dos trechos.
Acusado de ocupação irregular
Em 2020, moradores da comunidade quilombola de Bananeiras, na Ilha de Maré, em Salvador, acusaram Kelmon de ocupar irregularmente a região do manguezal Ponta do Capim — área de preservação permanente — construindo uma capela improvisada.
O caso chegou até mesmo a ser denunciado junto à Defensoria Pública da Bahia, com moradores alegando também ameaças por parte do candidato. Kelmon, por outro lado, disse ter sido vítima de "intolerância religiosa" e "cristofobia".
Nunca foi sacerdote
Embora ele se diga ortodoxo e use batina, nunca foi sacerdote das igrejas da comunhão ortodoxa no Brasil. Mesmo assim, na Bahia, Kelmon celebra missas e batismos e ganhou destaque dentro de grupos conservadores por seu discurso contra a esquerda.
O candidato não atua em nenhuma igreja ortodoxa do país, mas fundou e coordena o Movimento Cristão Conservador Latino-Americano, e esteve à frente do Movimento Cristão Conservador do PTB.
Já foi filiado ao PT
Kalmon já foi filiado ao Partido dos Trabalhadores de 2022 a 2009 e, em 2010, o baiano se envolveu em um escândalo por apoiar a campanha presidencial de José Serra (PSDB). Na ocasião, dois milhões de panfletos com fake news sobre a então candidata Dilma Rousseff (PT) foram apreendidos pela Polícia Federal em uma gráfica ligada à campanha tucana.
Sócio e presidente de organização religiosa
Kelmon também é presidente e sócio da Associação Theotokos ("Mãe de Deus", em grego), que se denomina uma "organização religiosa ou filosófica". O endereço registrado, no entanto, corresponde a um supermercado na Zona Sul de São Paulo.
Gastou 97% da verba com empresa
O jornal O Globo revelou que a campanha presidencial do PTB investiu 97% de sua verba em uma empresa pertencente a um aliado do presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson. Embora não tenha site e não funcione no local declarado à Receita Federal, a B2C Marketing recebeu R$ 1,2 milhão do candidato. No total, o PTB nacional repassou ao presidenciável R$ 1,54 milhão em recursos do Fundo Eleitoral.
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