Publicado 05/10/2022 20:28 | Atualizado 05/10/2022 20:43
Uma discussão política entre dois amigos terminou com o assassinato de um deles em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Segundo o boletim de ocorrência, o estilista José Roberto Gomes Mendes, de 59 anos, eleitor do presidente Jair Bolsonaro, foi morto a facadas pelo eletricista autônomo Luiz Antonio Ferreira da Silva, de 42 anos, apoiador de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois moravam juntos há cinco anos e o crime teria ocorrido enquanto preparavam o almoço. Luiz Antonio foi preso nesta quarta-feira (5).
Em depoimento, o tio da vítima, Fernando Giano Gomes, que também morava na casa, relatou que tinha saído para ir ao supermercado e deixou os dois preparando o almoço. Ao voltar, encontrou Silva na entrada do local, com o rosto e os pés sujos de sangue. À polícia, o eletricista afirmou que a discussão teria começado quando Mendes disse que "todo petista é ladrão".
O almoço era preparado com uma cesta básica que ele havia ganhado e o restante dos ingredientes comprados com o Auxílio Emergencial que recebeu. "Se é assim, você está comendo uma comida que quem colocou aqui dentro foi o petista, que eu comprei com um auxílio meu", teria respondido Luiz, de acordo com sua versão relatada à polícia.
Foi neste momento, segundo ele, que "os ânimos se exaltaram". O eletricista relatou que o amigo começou a atirar panelas e um rádio em sua direção. José Roberto Mendes teria pegado uma faca de cozinha e tentado atacar Luiz Antonio da Silva.
"Os dois caíram na cama, sendo que Luiz conseguiu tomar a faca e passou a golpeá-lo. Pelo que se recorda, atingiu-o primeiramente no pescoço. Quando se deu conta do que tinha feito, ainda tentou levá-lo para o lado de fora (da casa) para socorrê-lo, porém (o amigo) acabou caindo no terreno ao lado", diz o boletim de ocorrência, com base no relato do suspeito.
Segundo o delegado Arilson Veras Brandão, da delegacia de Investigações Gerais (DIG) e responsável pelo caso, a "intensidade e quantidade" das oito facadas que mataram José Roberto foram suficientes para "não reconhecer a legítima defesa". Assim, o eletricista foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil.
A defesa de Luiz Antonio não foi localizada.
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