Tereza Cristina ganha força para a presidência do SenadoWilson Dias/Agência Brasil
Publicado 07/10/2022 14:39
Rio - Os políticos estão com os olhos voltados para a disputa do segundo turno presidencial nas eleições 2022, mas já há muita movimentação nos corredores do Congresso Nacional para as escolhas dos presidentes da Câmara dos Deputados e Senado Federal. Damares Alves (Republicanos) tem articulado para se colocar como representante do bolsonarismo, mas o agronegócio e empresários do mercado financeiro que apoiam o presidente Jair Bolsonaro preferem Tereza Cristina (PL).
Vazou a informação que Damares tem trabalhado internamente para convencer a ala bolsonarista que é a melhor opção para comandar o Senado, defendendo as pautas defendidas pelo grupo. Não por acaso, ela já conseguiu o apoio da primeira-dama Michelle Bolsonaro e da deputada federal Carla Zambelli, a segunda mais votada do estado de São Paulo.
Porém, a futura senadora foi chamada para conversar com Bolsonaro e ele avisou que tem outros nomes da sua preferência: Marcos Pontes (PL), Carlos Portinho (PL) e Tereza Cristina.
Inicialmente, o presidente da República queria o ex-astronauta no comando da Casa. No entanto, foi convencido que Pontes será um defensor das pautas bolsonaristas, caso o chefe do executivo federal seja reeleito, o que faz necessário ter alguém do Centrão na cadeira ocupada por Rodrigo Pacheco (PSD).
Por causa disso, Portinho passou a ser o preferido de Bolsonaro, enquanto Tereza Cristina tem recebido o apoio de uma ala do mercado financeiro e também do agronegócio.
A senadora tem ainda a preferência de boa parte do Congresso. Na avaliação de senadores da oposição, se alguém próximo do atual presidente da República assumir o lugar de Pacheco, a senadora reeleita pelo Mato Grosso do Sul é quem tem um perfil mais político e capaz de negociar com todos os espectros.
O ponto fraco de Tereza Cristina é justamente ser uma “cria” do Centrão e não do bolsonarismo. Há muita preocupação por parte de Bolsonaro que a senadora se torne independente e não faça exatamente aquilo que ele deseja.
Porém, o chefe do executivo federal também destaca que Cristina foi uma ministra fiel e nunca o confrontou, além de ter sido discreta nas tomadas de decisões.
Só que todas essas articulações, segundo alguns senadores, só fará sentido se Bolsonaro for reeleito. Caso ele perca para Lula (PT), as negociações ganham um novo cenário e Rodrigo Pacheco vira o grande favorito para continuar no comando do Senado.
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