Bolsonaro diz esperar sentir brevemente queda no preço do diesel com importação

Presidente afirmou que o valor do combustível seria menor, caso as gestões petistas tivessem concluído obras de três refinarias

Bolsonaro disse que combustível importado da Rússia vai baixar preço do diesel no BrasilReprodução
Publicado 10/10/2022 14:26
Brasília e Rio - O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta segunda-feira, 10, que espera "sentir brevemente" uma queda no preço do diesel com a importação do combustível da Rússia. Candidato à reeleição, o chefe do Executivo também criticou o ex-presidente Luiz Inácio Inácio da Silva (PT), com quem disputa o segundo turno da eleição para o Palácio do Planalto.
"Nós estamos aqui com um dos combustíveis mais baratos do mundo. Se nós tivéssemos aquelas três refinarias que o Lula começou a fazer, não concluiu e torrou R$ 90 bilhões, nós teríamos um diesel também a um preço metade do que existe no momento. E está alto, reconheço que está alto, mesmo zerando os impostos federais do diesel", disse Bolsonaro.
Às vésperas da eleição, o governo conseguiu aprovar no Congresso um projeto de lei que limitou a 17% a cobrança de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo, o que gerou uma redução no preço do diesel e da gasolina.
A queda no valor do barril de petróleo no mercado internacional também fez com que a Petrobras reduzisse os preços dos combustíveis nos últimos meses. Os parlamentares aprovaram ainda a concessão de um auxílio mensal a taxistas e caminhoneiros.
"Já chegaram dois navios russos com diesel importado, não sei o preço com que chegou esse diesel aqui. Inclusive, os importadores não são não é a Petrobras, são importadores privados. Eles não comprariam esse diesel da Rússia se não fosse um preço mais compensador", afirmou nesta segunda-feira Bolsonaro. "E nós pavimentamos esse terreno para que esse diesel chegasse aqui. Eu espero que comece a chegar com mais frequência e brevemente sentir também o preço da queda do diesel. E, caindo o diesel, a tendência da inflação é se manter lá embaixo", emendou.
Aumento da Acelen na Bahia
Nesta segunda-feira, o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, voltou a criticar a privatização das refinarias da Petrobras, depois que a Acelen elevou o diesel e a gasolina na última sexta-feira, acompanhando o movimento altista do preço do petróleo no mercado internacional. "Temos mais uma demonstração incontestável do equívoco e da gravidade da política do governo Bolsonaro de privatização de refinarias da Petrobras. A mentira de que a venda de ativos da maior empresa do País aumentaria a competitividade e, consequentemente, levaria a reduções de preços de derivados, é, mais uma vez, denunciada pela realidade", afirmou o sindicalista em nota.
A Acelen, do fundo árabe Mubadala, que administra a Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, aumentou a gasolina em até 15,7% e o diesel em até 11,5%, dependendo do mercado atendido. O reajuste passou a valer a partir do último sábado, 8.
Segundo Bacelar, com a venda da unidade foi criado um monopólio privado regional, que contraria a ideia de competição para reduzir preços, usado como argumento para a venda. "Com o reajuste de preço, a Bahia tem o combustível mais caro do Brasil, repetindo a posição que conquistou três meses após a privatização da refinaria, no final de 2021", informou.
PPI
Bacelar destacou ainda, que os preços elevados se devem à política de preço de paridade de importação (PPI), praticada também pela Petrobras, e que visa alinhar o preço interno com o preço internacional. "O País produz internamente, em reais, o petróleo que consome, mas com o PPI, o brasileiro paga preços dolarizados ao adquirir combustíveis", criticou.
A Petrobras mantém os preços dos combustíveis inalterados, apesar da alta do petróleo no mercado internacional. Os últimos reajustes da estatal foram para baixo, assim que o petróleo começou a ceder, em setembro. O preço do litro da gasolina foi reduzido em 4,8% nos últimos 39 dias, e o do diesel em 4,07% há 21 dias.
Segundo a estatal, ainda há muita volatilidade no mercado para alterar os preços. Fontes próximas à empresa, porém, informam que está havendo pressão para que os preços sejam mantidos até o fim do segundo turno das eleições presidenciais, no próximo dia 30, o que pode inclusive levar à troca de diretores da companhia para garantir o congelamento.
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Bolsonaro diz esperar sentir brevemente queda no preço do diesel com importação

Presidente afirmou que o valor do combustível seria menor, caso as gestões petistas tivessem concluído obras de três refinarias

Bolsonaro disse que combustível importado da Rússia vai baixar preço do diesel no BrasilReprodução
Publicado 10/10/2022 14:26
Brasília e Rio - O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta segunda-feira, 10, que espera "sentir brevemente" uma queda no preço do diesel com a importação do combustível da Rússia. Candidato à reeleição, o chefe do Executivo também criticou o ex-presidente Luiz Inácio Inácio da Silva (PT), com quem disputa o segundo turno da eleição para o Palácio do Planalto.
"Nós estamos aqui com um dos combustíveis mais baratos do mundo. Se nós tivéssemos aquelas três refinarias que o Lula começou a fazer, não concluiu e torrou R$ 90 bilhões, nós teríamos um diesel também a um preço metade do que existe no momento. E está alto, reconheço que está alto, mesmo zerando os impostos federais do diesel", disse Bolsonaro.
Às vésperas da eleição, o governo conseguiu aprovar no Congresso um projeto de lei que limitou a 17% a cobrança de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo, o que gerou uma redução no preço do diesel e da gasolina.
A queda no valor do barril de petróleo no mercado internacional também fez com que a Petrobras reduzisse os preços dos combustíveis nos últimos meses. Os parlamentares aprovaram ainda a concessão de um auxílio mensal a taxistas e caminhoneiros.
"Já chegaram dois navios russos com diesel importado, não sei o preço com que chegou esse diesel aqui. Inclusive, os importadores não são não é a Petrobras, são importadores privados. Eles não comprariam esse diesel da Rússia se não fosse um preço mais compensador", afirmou nesta segunda-feira Bolsonaro. "E nós pavimentamos esse terreno para que esse diesel chegasse aqui. Eu espero que comece a chegar com mais frequência e brevemente sentir também o preço da queda do diesel. E, caindo o diesel, a tendência da inflação é se manter lá embaixo", emendou.
Aumento da Acelen na Bahia
Nesta segunda-feira, o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, voltou a criticar a privatização das refinarias da Petrobras, depois que a Acelen elevou o diesel e a gasolina na última sexta-feira, acompanhando o movimento altista do preço do petróleo no mercado internacional. "Temos mais uma demonstração incontestável do equívoco e da gravidade da política do governo Bolsonaro de privatização de refinarias da Petrobras. A mentira de que a venda de ativos da maior empresa do País aumentaria a competitividade e, consequentemente, levaria a reduções de preços de derivados, é, mais uma vez, denunciada pela realidade", afirmou o sindicalista em nota.
A Acelen, do fundo árabe Mubadala, que administra a Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, aumentou a gasolina em até 15,7% e o diesel em até 11,5%, dependendo do mercado atendido. O reajuste passou a valer a partir do último sábado, 8.
Segundo Bacelar, com a venda da unidade foi criado um monopólio privado regional, que contraria a ideia de competição para reduzir preços, usado como argumento para a venda. "Com o reajuste de preço, a Bahia tem o combustível mais caro do Brasil, repetindo a posição que conquistou três meses após a privatização da refinaria, no final de 2021", informou.
PPI
Bacelar destacou ainda, que os preços elevados se devem à política de preço de paridade de importação (PPI), praticada também pela Petrobras, e que visa alinhar o preço interno com o preço internacional. "O País produz internamente, em reais, o petróleo que consome, mas com o PPI, o brasileiro paga preços dolarizados ao adquirir combustíveis", criticou.
A Petrobras mantém os preços dos combustíveis inalterados, apesar da alta do petróleo no mercado internacional. Os últimos reajustes da estatal foram para baixo, assim que o petróleo começou a ceder, em setembro. O preço do litro da gasolina foi reduzido em 4,8% nos últimos 39 dias, e o do diesel em 4,07% há 21 dias.
Segundo a estatal, ainda há muita volatilidade no mercado para alterar os preços. Fontes próximas à empresa, porém, informam que está havendo pressão para que os preços sejam mantidos até o fim do segundo turno das eleições presidenciais, no próximo dia 30, o que pode inclusive levar à troca de diretores da companhia para garantir o congelamento.
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