Publicado 11/10/2022 18:31
Rio - Como é de praxe, os partidos que tiveram membros do legislativo eleitos para novos cargos deixam a vaga para os suplentes. Mas nem sempre seguir a ordem natural das coisas é um processo simples. Que o diga o PT do Rio. A vaga de Reimont, que deixou a Câmara dos Vereadores ao ser eleito deputado federal, é alvo de disputa entre dois suplentes — um deles ex-petista. Edson Santos se desligou do Partido dos Trabalhadores e se filou ao PSB em 2021. Isso posto, pode-se concluir que a fila anda e, pela linha de sucessão, Niquinho ficaria com a cadeira na câmara. Mas não está sendo fácil assim.
Uma ala do PT aventa a possibilidade de Santos, que não conseguiu se eleger deputado federal este ano, volte para os braços do partido e assuma como vereador. Uma outra ala, porém, acha que o mais justo é que quem nunca abandonou o partido e está na linha sucessória assuma esse lugar. Niquinho é apoiado, entre outros, pelo recém-eleito deputado federal Washington Quaquá, ex-prefeito de Maricá e um dos nomes fortes do estado fluminense – além de ser o vice-presidente nacional do PT.
Uma das alegações dos ‘pró-Niquinho’ é que Santos, quando se desfiliou, teria assinado um documento em que colocava que sua decisão tinha “caráter irrevogável”. “Voltar para tomar posse seria senso de oportunismo”, comenta um dos correligionários, que preferiu não se identificar, e atua junto com Niquinho, no Núcleo de Santa Margarida.
Por outro lado, o presidente do PT no Rio de Janeiro, Tiago Santana, informou que Santos já se mostrou interessado em retornar ao partido. “Os motivos que ele saiu são temporais, casuais. A gente convidou o Edson para voltar para o PT e ele se mostrou interessado. Esse é o desejo da ampla maioria do partido, que ele retorne e assuma a vaga”, disse Santana.
Pela legislação, o partido tem até o dia 1º de fevereiro de 2023 para definir quem ocupará o mandato no Rio, que é quando os deputados federais assumirão no Congresso. Mas o PT espera que o suplente assuma o quanto antes. “A gente acredita que o Edson já retorne agora ao partido para assumir a vaga, o que ajudará muito neste momento de 2º turno para a eleição do presidente Lula”, completou o presidente regional.
Flavio das Graças Miranda, o Niquinho, é comerciante do bairro de Santa Margarida, na Zona Oeste , tem 47 anos e é casado há 20 anos. Filiado ao PT desde 2003, foi candidato a vereador em 2020, mas não obteve os votos necessários. “Eu fiquei ciente dessa situação na segunda-feira após a eleição. Estou bem tranquilo com relação ao que possa vir a acontecer”, declarou.
Militante do núcleo duro do PT, ele aceitou ser candidato para ser representante na periferia. Fiel ao ideal petista, ele reforça que permaneceu na sigla mesmo nos momentos de crise, quando alguns nomes migraram para outros partidos. Tanta dedicação rendeu ao comerciante o reconhecimento de alas do PT.
Militante do núcleo duro do PT, ele aceitou ser candidato para ser representante na periferia. Fiel ao ideal petista, ele reforça que permaneceu na sigla mesmo nos momentos de crise, quando alguns nomes migraram para outros partidos. Tanta dedicação rendeu ao comerciante o reconhecimento de alas do PT.
“A lei é clara: a vaga é do partido, e não de um candidato. Do ponto de vista legal, ao sair do PT, Edson Santos perdeu a condição de suplência. Se ele quiser voltar ao partido, será muito bem-vindo. Só não pode voltar por causa do mandato de vereador, que vai parecer oportunismo. Ele pode provar que se arrependeu e voltar como militante. E deixa o Niquinho, que é militante e do núcleo combativo do PT, assumir. Aliás, pela lei, não tem chance do Edson assumir o mandato – vaticinou o vice-presidente nacional do partido, Washington Quaquá.
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