Ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira é um dos principais coordenadores da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL)Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil; /Agência Brasil
Publicado 13/10/2022 14:58
Rio- O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), disse que a questão da desconfiança nas urnas eletrônicas "está superada" para o segundo turno das eleições 2022. Nogueira, que é um dos principais coordenadores da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou estar certo da vitória do mandatário.
O ministro, no entanto, disse ainda não ter visto o relatório das Forças Armadas sobre a possibilidade de alguma fraude no sistema de votação no primeiro turno. "Não tive acesso. Não acho que a gente vai ter surpresa nisso, não. Eu acho que isso é uma pauta superada. A última coisa com que eu me preocupo é isso aí", disse ele, em entrevista ao Valor Econômico.
De acordo com Nogueira, Bolsonaro também já "superou" o tema. O chefe do Executivo atacou diversas vezes as urnas eletrônicas sem apresentar qualquer prova de fraude no sistema eleitoral.
Em evento na cidade de Pelotas (RS) nessa terça-feira (11), o mandatário voltou a colocar em xeque a segurança do processo. Na ocasião, Bolsonaro teceu críticas indiretas ao resultado do primeiro turno e disse que seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), "não tem ninguém" ao seu lado. Segundo o presidente, "todos desconfiam" do resultado da primeira parte do pleito eleitoral.
"No próximo dia 30, de verde e amarelo, vamos votar e vamos permanecer na região da seção eleitoral até a apuração dos resultados. Tenho certeza que o resultado será aquele que todos nós esperamos, até porque o outro lado não consegue reunir ninguém. Todos nós desconfiamos. Como pode aquele cara ter tantos votos, se o povo não está ao lado dele", afirmou a apoiadores.
Lula e Bolsonaro disputarão o segundo turno das eleições no próximo dia 30 de outubro. Na primeira rodada de votação, o petista teve 57.259.504 votos (48,43%), ficando em primeiro lugar, seguido pelo atual mandatário, que atingiu 51.072.345 dos votos (43,20%).
Na entrevista, Nogueira também disse que, apesar de o presidente ter ficado em segundo lugar no primeiro turno, está "bem mais convicto" de que vai ganhar no próximo dia 30.
"Eu acho que o presidente está bem mais convicto de que vai ganhar a eleição. Eu acho que ele superou essa história de urna, estamos virando essa página. A população agora está confiando mais no sistema. E eu acho que o papel do Exército foi muito importante para dar a credibilidade para as pessoas que não acreditavam. Eu acho que o presidente hoje está cada vez melhor", afirmou.
O ministro conta com a virada de votos em Minas Gerais, após o apoio do governador reeleito no estado, Romeu Zema (Novo), com uma ampliação na vitória de Bolsonaro em São Paulo, além de um esperado aumento na abstenção eleitoral no Nordeste — onde Lula tem larga vantagem sobre o atual mandatário.
"Se acontecer o que aconteceu em 2018, só isso, a vantagem do Lula vai cair de 6 milhões para 2 milhões de votos", disse Nogueira.
Ao jornal, o ministro também disse acreditar que as pesquisas de intenção de voto divulgadas, que mostravam o petista à frente da corrida eleitoral com 16 pontos de vantagem, influenciaram no voto de muitos eleitores no primeiro turno.
"O que aconteceu com os institutos de pesquisa não foi normal, não foi margem de erro, a diferença foi de 10 milhões de votos. isso terá que ser explicado depois da eleição. Ou tem que rever totalmente a forma de fazer pesquisa ou houve um direcionamento. A grande força eleitoral do presidente hoje é que essas pessoas se sentiram ludibriadas. Uma parcela da população vota em quem vai ganhar, e tentou-se criar essa situação."
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