Publicado 22/10/2022 21:39
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que concedeu 116 inserções de direito de resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode prejudicar a campanha do petista na reta final do segundo turno. Essa é a avaliação feita pela jornalista e escritora Madeleine Lacsko, em uma live promovida pelo UOL nesta semana.
Segundo a jornalista, o pedido de resposta de Lula dará munição ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para aumentar a rejeição do petista. Bolsonaristas usam o argumento de que a vitória do PT provocaria a censura da imprensa.
“Pior ideia (ter pedido a retirada de conteúdos falsos), ele pode ter sacrificado a eleição nisso. Isso vai atiçar a narrativa do bolsonarismo de anos é o quê ‘o PT vai chegar ao poder e vai censurar as pessoas. Estamos falando aqui de pessoas que estão há anos querendo acreditar nisso, então não vai importar o que aconteceu. Aí vai o PT e pede para fazer uma ação de retirada de conteúdo em combate de informação”, avalia a profissional.
“Isso pode comprometer a vitória do Lula, sim. O PT entrega (a eleição) de bandeja para ele (Bolsonaro) com uma coisa que, vamos dizer, naturaliza o discurso que já rola há anos entre os antipetistas de que o PT quer censurar as pessoas”, concluiu.
Neste sábado, 22, o TSE acatou o pedido do Partido dos Trabalhadores e concedeu 116 direitos de resposta após Lula ser associado a casos de corrupção e pela liberação dos sequestradores do empresário Abílio Diniz. As inserções serão veiculadas na última semana da campanha eleitoral.
Na opinião de Madeleine, o segundo turno da campanha presidencial deverá focar na rejeição dos candidatos. Enquanto a quantidade de eleitores que não votariam em Bolsonaro se manteve estável nas últimas pesquisas, os de Lula apresentou alta de um ponto percentual.
“Nós estamos falando de uma eleição que não vai ser mais ganha no convencimento. Quem tinha de ser convencido que um é melhor ou outro é melhor já foi. Agora o trabalho é aumentar a rejeição”, avalia.
Foi um tiro no pé do PT. Não devia ter se metido nisso. Eu acho que o costume de patrulhar os outros está tão ali integrado no partido que o jurídico nem pensou em ver que o pessoal da campanha isso iria prejudicar ou não”, completou.
Foi um tiro no pé do PT. Não devia ter se metido nisso. Eu acho que o costume de patrulhar os outros está tão ali integrado no partido que o jurídico nem pensou em ver que o pessoal da campanha isso iria prejudicar ou não”, completou.
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