Guedes afirma que petistas vazaram documentos da Economia, mas não apresenta provas

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 25, que petistas "de dentro [do ministério]" vazaram documentos oficiais. Sem apresentar provas, o chefe da pasta se referia a recentes estudos divulgados pela imprensa que apontam para o reajuste do salário mínimo abaixo da inflação e para o fim da dedução de gastos com educação e saúde no Imposto de Renda.

Durante um evento da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Guedes afirmou que as informações são "militância da mídia" e negou os planos. "Alguém, possivelmente um petista de dentro [do ministério] pega um trabalho que não tem o menor aval ou apoio nosso", sustentou. "Jamais decidimos qualquer coisa nessa direção, e aí fazem um trabalhinho deles, interno, coisa deles mesmo, e passam para jornalistas".

Na última semana, a Folha de S. Paulo revelou que a pasta estuda mudar a forma como o salário mínimo é reajustado, fazendo com que ele seja corrigido abaixo da inflação. Já nesta terça-feira, 25, o Estadão revelou que a pasta pretende acabar com a dedução de gastos com saúde e educação no Imposto de Renda.

"Não vamos dar susto em ninguém, não tem pacote do Guedes. Tudo o que vamos fazer anunciamos antes", insistiu o responsável pela pasta. No mesmo evento, o ministro afirmou que "o outro lado" quer acabar com o Simples Nacional, programa de simplificação tributária voltado para pequenas e médias empresas. A acusação foi feita sem citar diretamente o ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Tem gente do outro lado querendo acabar com o Simples, com os regimes especiais para cooperativas, enquanto nós estamos fazendo da outra forma", alfinetou.

No plano de governo de Lula, porém, não há qualquer menção a acabar com o Simples Nacional. Em um manifesto, a campanha do petista chegou a anunciar propostas para micro e pequenos empresários, incluindo a criação de um ministério para o setor.