Ofício da PRF enviado na madrugada mandavam operações seguirem apesar de veto do TSEDivulgação
Publicado 30/10/2022 17:55 | Atualizado 30/10/2022 17:57
Rio - A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) disse em comunicado oficial, na tarde deste domingo (30), que está acompanhando atentamente denúncias de que agentes da PRF estariam dificultando o voto de eleitores pró-Lula com blitz irregulares. A maior parte dos casos foi registrada na região Nordeste do país, onde o eleitorado do candidato do PT é maior.

"A Federação defende o estrito cumprimento de dever legal por parte de cada PRF e reafirma que ordem judicial não se discute, se cumpre! A FenaPRF reafirma seu compromisso com a democracia e com o Estado Democrático de Direito", disse a entidade.

No sábado, o Supremo Tribunal Federal proibiu a corporação de realizar qualquer operação contra ônibus e veículos de transporte público, para garantir o fluxo. A decisão foi proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, com intuito de garantir o fluxo de eleitores, mas diversos relatos surgiram apontando ações da PRF, principalmente no Nordeste do país. Apesar da ordem, ofício da própria chefia da PRF orientava a manutenção das operações, mesmo com o veto do TSE.
Mais cedo, após as denúncias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia intimado o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, a dar explicações, com urgência, sobre a motivação das operações com foco no transporte público de eleitores neste domingo de segundo turno.

As blitzes da PRF viraram assunto nas redes sociais. O prefeito da cidade de Cuité, na Paraiba, Charles Camaraense (Cidadania) foi um dos que se manifestou sobre a ação. De acordo com ele, a operação "orquestrada" da PRF na entrada do município tinha como objetivo impedir a população de chegar aos locais de votação.

"Eu não quero acreditar que isso é uma ação orquestrada, para que o povo não possa vir votar. Mas está acontecendo neste exato momento, em pleno dia de eleição, blitz da Polícia Rodoviária Federal aqui na entrada de Cuité, impedindo que algumas pessoas possam deixar de ir votar", publicou Camaraense.

O mesmo aconteceu em Jaboatão dos Guararapes, segundo maior colégio eleitoral de Pernambuco, onde eleitores relataram a cobrança de passagem ou o impedimento do embarque em transportes públicos, desrespeitando a decisão do TSE.
Apesar das denúncias, o ministro Alexandre de Moraes, disse, no fim da tarde, que não via motivo para o adiamento no horário de votação para além das 17h.
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