Lojistas apostam na Copa do Mundo para vender estoque de camisas do Brasil das eleiçõesMarcos Porto / Agência O DIA
Publicado 31/10/2022 17:07
Rio - As camisas verde-amarelas continuam estampando as ruas do Saara, no Centro do Rio. Se nas últimas semanas o artigo era um dos produtos principais da campanha política do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), agora as peças estão sendo vendidas com uma outra finalidade: torcer pelo Hexa. Comerciantes e lojistas estão apostando no símbolo da seleção brasileira para movimentar a mercadoria e fazer uma renda melhor.
Sandra Rocha, gerente de uma loja de estampas de camisetas no Saara, afirmou que a procura por blusas do Brasil até semana passada era alta. Segundo ela, o número é maior que as encomendas de blusas do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva. "As pessoas pediam para estampar a cara do Bolsonaro. Os pedidos para camisas vermelhas eram poucos", disse.

A gerente também relatou que recebeu até um pedido inusitado de uma cliente. "Uma menina pediu para gravar na blusa a raiz quadrada de 484, que dá 22", declarou. Apesar da pouca procura nesta segunda-feira, Sandra acredita que a proximidade da Copa do Mundo possa alavancar as vendas. "Espero que o povo se anime com a Copa e que nós possamos vender tudo", torce.

A vendedora Natália Araújo, 20, trabalha em uma loja de fantasias, na Rua Buenos Aires, repleta de camisas do Brasil. Até a semana passada, a procura pelo produto estava em alta. No entanto, agora, a busca era outra. "Não vendi nenhuma camisa do Brasil, somente fantasias de Halloween", disse. Ela também confia na empolgação dos clientes com a chegada dos jogos. "Quando chegar mais perto (dos jogos), as pessoas vão vir comprar mais", acrescentou.

No Centro de Comércio Popular da Uruguaiana, no Centro, a barraca de Agostinho Nóbrega, 55, estava repleta de camisas de Lula. Segundo ele, nesta segunda-feira (31) a procura pelo item era grande e, até o meio-dia, o vendedor já havia vendido cinco blusas.
Agostinho, que também votou no candidato à presidência do PT, acredita que o país vai melhorar após as eleições deste último domingo (30). "O primeiro ano vai ser de organização, até porque o orçamento já está definido. Mas, como eu vi em anos anteriores, ele fez um bom governo e, desta vez, acredito que fará de novo", declarou.

Uma das compradoras da loja de Agostinho foi a estudante Adriana Robaina, 22. Ela procurava uma blusa com o rosto do presidente eleito. "Até agora eu só estava usando uma camisa vermelha. Após a eleição, resolvi comprar uma com o rosto do dele", contou. A jovem, que foi comemorar a vitória do petista na Cinelândia, no Centro do Rio, após a divulgação do resultado, espera que ele cumpra as promessas feitas durante a campanha. "Quero que ele repita o que fez no último governo e foque, principalmente, na saúde e educação, que são mais sensíveis para o povo", declarou a estudante.

No stand ao lado, o comerciante Leandro Marreiros, 36, reclamou das vendas das blusas da seleção. Segundo ele, no primeiro turno, o produto estava mais disputado. Já no 2º turno, os clientes estavam mais divididos e o item ganhou um rival importante na última semana: a camisa do Flamengo, que disputou a final da Copa Libertadores no último sábado (29).

Ele também deposita a expectativa de vendas na chegada dos jogos do Brasil. "Semana que vem isso tudo vai passar e as pessoas vão lembrar da Copa (do Mundo). Quero vender essas camisas todas", finalizou.
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