Publicado 10/11/2022 16:22
À espera da chegada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede) antecipou nesta quinta-feira, 10, na COP27, no Egito, alguns pontos da agenda ambiental do presidente eleito, que quer fazer do Brasil um líder no combate às mudanças climáticas.
Marina, que poderia voltar a chefiar a pasta que comandou entre 2003 e 2008 quando Lula foi presidente, se reuniu com o enviado americano para o clima, John Kerry, em Sharm el Sheikh, onde é realizada a cúpula anual da Organização das Nações Unidas (ONU) contra as mudanças climáticas.
"O Brasil é um interlocutor importante para o governo Biden e devemos buscar ampliar essa cooperação", declarou Marina a jornalistas. No campo climático, acrescentou, "obviamente estamos interessados em cooperação de natureza técnica-científica" e em ampliar os recursos financeiros internacionais para a preservação da floresta amazônica, acrescentou.
O desmatamento da Amazônia, um dos maiores sumidouros de CO2 do planeta, foi um dos grandes temas de interesse internacional durante as eleições presidenciais, em outubro. Desde que chegou ao poder, em 2019, Jair Bolsonaro promoveu o garimpo e atividades agropecuárias, inclusive em áreas protegidas, em nome do desenvolvimento econômico.
No período 2020-2021, o desmatamento na maior floresta tropical do planeta bateu um recorde em 15 anos, segundo dados oficiais. Este desmatamento é a causa de 46% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, segundo a ONG Observatório do Clima.
Marina Silva disse que a equipe de Lula, que viaja ao Egito na próxima semana, quer "uma iniciativa global que ajude a proteger as florestas". E destacou que existe "um compromisso claro" de Lula neste sentido, "não só no caso do Brasil, mas também em relação à África e aos países da Ásia", que deve ser acompanhado de "recursos para os países vulneráveis".
Em outro ato em Sharm el Sheikh, a também ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira (2010-2016), disse ter viajado ao Egito a pedido da equipe de transição de Lula e se apresentou como a defensora do "Brasil verdadeiro que já voltou para o mundo".
Ela também defendeu o desmantelamento das políticas de Bolsonaro, a quem Lula sucederá no dia 1º de janeiro de 2023. "O desmatamento é a ponta do iceberg de um conjunto de situações que devem ser deixadas para trás", disse Izabella, que insistiu na necessidade de políticas de inclusão econômica e criticou o que chamou de "erosão da democracia" no governo Bolsonaro.
Enquanto isso, o governo Bolsonaro permanecia ativo no encontro climático mais importante do ano. Na segunda-feira, 7, fechou durante uma reunião em Sharm el Sheikh uma aliança com a República Democrática do Congo e a Indonésia para a proteção das florestas tropicais, informou à AFP o secretário para o Clima e Relações Internacionais, Marcus Paranaguá.
Os três países somam 64% das superfícies de florestas tropicais perdidas nas últimas duas décadas e o Brasil lidera a lista, com mais de 27 milhões de hectares destruídos, segundo o relatório global de florestas do World Resources Institute.
O projeto tripartite, que surgiu no ano passado durante a COP de Glasgow, não tem orçamento específico e em seu desenho atual é mais "um compromisso político", baseado em uma "troca de experiências" na área de mercados de carbono, pagamento por serviços ambientais e biodiversidade, explicou Paranaguá.
Os três países se comprometeram igualmente em defender "consensos comuns nos foros multilaterais" relativos ao clima e à biodiversidade, afirmou o secretário. "Queremos agir como líderes em nossas respectivas regiões", reforçou Agus Justianto, diretor-geral de Gestão de Florestas do ministério de Meio Ambiente da Indonésia, que mencionou entre as prioridades a redução do desmatamento "a níveis baixos", a agricultura sustentável e a gestão de incêndios.
Marina, que poderia voltar a chefiar a pasta que comandou entre 2003 e 2008 quando Lula foi presidente, se reuniu com o enviado americano para o clima, John Kerry, em Sharm el Sheikh, onde é realizada a cúpula anual da Organização das Nações Unidas (ONU) contra as mudanças climáticas.
"O Brasil é um interlocutor importante para o governo Biden e devemos buscar ampliar essa cooperação", declarou Marina a jornalistas. No campo climático, acrescentou, "obviamente estamos interessados em cooperação de natureza técnica-científica" e em ampliar os recursos financeiros internacionais para a preservação da floresta amazônica, acrescentou.
O desmatamento da Amazônia, um dos maiores sumidouros de CO2 do planeta, foi um dos grandes temas de interesse internacional durante as eleições presidenciais, em outubro. Desde que chegou ao poder, em 2019, Jair Bolsonaro promoveu o garimpo e atividades agropecuárias, inclusive em áreas protegidas, em nome do desenvolvimento econômico.
No período 2020-2021, o desmatamento na maior floresta tropical do planeta bateu um recorde em 15 anos, segundo dados oficiais. Este desmatamento é a causa de 46% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, segundo a ONG Observatório do Clima.
Marina Silva disse que a equipe de Lula, que viaja ao Egito na próxima semana, quer "uma iniciativa global que ajude a proteger as florestas". E destacou que existe "um compromisso claro" de Lula neste sentido, "não só no caso do Brasil, mas também em relação à África e aos países da Ásia", que deve ser acompanhado de "recursos para os países vulneráveis".
Em outro ato em Sharm el Sheikh, a também ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira (2010-2016), disse ter viajado ao Egito a pedido da equipe de transição de Lula e se apresentou como a defensora do "Brasil verdadeiro que já voltou para o mundo".
Ela também defendeu o desmantelamento das políticas de Bolsonaro, a quem Lula sucederá no dia 1º de janeiro de 2023. "O desmatamento é a ponta do iceberg de um conjunto de situações que devem ser deixadas para trás", disse Izabella, que insistiu na necessidade de políticas de inclusão econômica e criticou o que chamou de "erosão da democracia" no governo Bolsonaro.
Enquanto isso, o governo Bolsonaro permanecia ativo no encontro climático mais importante do ano. Na segunda-feira, 7, fechou durante uma reunião em Sharm el Sheikh uma aliança com a República Democrática do Congo e a Indonésia para a proteção das florestas tropicais, informou à AFP o secretário para o Clima e Relações Internacionais, Marcus Paranaguá.
Os três países somam 64% das superfícies de florestas tropicais perdidas nas últimas duas décadas e o Brasil lidera a lista, com mais de 27 milhões de hectares destruídos, segundo o relatório global de florestas do World Resources Institute.
O projeto tripartite, que surgiu no ano passado durante a COP de Glasgow, não tem orçamento específico e em seu desenho atual é mais "um compromisso político", baseado em uma "troca de experiências" na área de mercados de carbono, pagamento por serviços ambientais e biodiversidade, explicou Paranaguá.
Os três países se comprometeram igualmente em defender "consensos comuns nos foros multilaterais" relativos ao clima e à biodiversidade, afirmou o secretário. "Queremos agir como líderes em nossas respectivas regiões", reforçou Agus Justianto, diretor-geral de Gestão de Florestas do ministério de Meio Ambiente da Indonésia, que mencionou entre as prioridades a redução do desmatamento "a níveis baixos", a agricultura sustentável e a gestão de incêndios.
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