Publicado 02/09/2024 02:50
A dona de casa Elenir Muniz acordou bem cedo no último dia 16 de agosto. Moradora de Belford Roxo, ela chamou a irmã Cassia Muniz e foram para o comitê eleitoral de um candidato a vereador de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Lá conseguiram uma das vagas para ser 'bandeiretes', como são chamadas as mulheres que carregam bandeiras de candidatos que concorrem aos cargos de prefeito e vereador nas eleições municipais deste ano.
Assim como elas, muitas pessoas estão atrás dessas vagas, desde pessoas empregadas que procuram conseguir uma graninha extra para o orçamento familiar, ou mesmo as desempregadas, que aproveitam a oportunidade para fazer renda extra até retornarem ao mercado de trabalho.
PublicidadeAssim como elas, muitas pessoas estão atrás dessas vagas, desde pessoas empregadas que procuram conseguir uma graninha extra para o orçamento familiar, ou mesmo as desempregadas, que aproveitam a oportunidade para fazer renda extra até retornarem ao mercado de trabalho.
A Diurna deu um rolé pela Região Metropolitana e apurou quanto está se pagando em média em cada cidade. E foi em Belford Roxo que ela conheceu as irmãs Elenir e Cassia, que trabalham das 7h às 13h e aproveitam o dinheiro ganho para as compras de casa.
"A gente já tinha tudo acertado com um candidato e conseguimos entrar. As pessoas pensam que é um trabalho fácil, mas tem de ter braço forte pra balançar todo dia. Vou aproveitar esse dinheiro e fazer umas compras a mais para minha casa", contou Elenir.
Em todas as cidades, há um ponto comum com relação aos valores. Cada bandeirete ou entregador de santinho tem um valor diário fixo. A diferença é a forma de pagamento. Alguns candidatos pagam por semana, outros a cada 15 dias e há quem pague somente ao fim do primeiro turno.
Por isso mesmo, há muita gente que desiste e sempre há vagas em aberto. Na Praça da Matriz, em São João de Meriti, e nos calçadões de Caxias e Nova Iguaçu encontramos coordenadores recrutando 'bandeiretes' para trabalho no dia. O segredo é abordar um grupo de pessoas com bandeiras e perguntar pelo coordenador, na cidade que for.
Na Zona Oeste, candidato deu calote
Apesar de muitos estarem precisando das vagas como cabos eleitorais, é preciso tomar cuidado com os candidatos que não pagam os contratados. Na última semana, houve protesto na porta de um comitê eleitoral em Inhoaíba, na Zona Oeste, contra um candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL). As imagens do protesto viralizaram nas redes sociais, com as pessoas chamando o candidato de caloteiro e com cartazes e gritos de "cadê o dinheiro do povo?".
Posteriormente, o candidato se pronunciou pelas redes sociais alegando que ainda não havia recebido os recursos do Fundo Eleitoral e que pagaria todas as pessoas a quem estava devendo assim que a verba fosse liberada para sua campanha.
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