Cinco candidatos participam do debate da TV Globo no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (3)Pedro Teixeira/Agência O Dia
Publicado 03/10/2024 21:16 | Atualizado 04/10/2024 00:39
Rio - O último debate entre os candidatos a prefeito do Rio nas eleições de 2024 aconteceu na noite desta quinta-feira (3), nos estúdios da TV Globo, na Zona Sul. Foram convidados para a sabatina cinco candidatos de acordo com as regras da Justiça Eleitoral com base na representação de seus partidos no Congresso: Alexandre Ramagem (PL), Eduardo Paes (PSD), Marcelo Queiroz (PP), Rodrigo Amorim (União Brasil) e Tarcísio Motta (Psol). O debate foi mediado pela jornalista Ana Paula Araújo.
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O encontro foi realizado sem a presença de plateia e com quatro blocos. O primeiro e o terceiro blocos tiveram temas livres. O segundo e o quarto contaram com temas determinados pela mediadora. Em cada bloco, o candidato (sorteado anteriormente) escolheu para quem iria direcionar sua pergunta, entre os que ainda não tiverem respondido naquele bloco. Todos tiveram que fazer uma pergunta e responder a uma pergunta.
O primeiro a chegar foi Tarcísio Motta, seguido de Eduardo Paes e Marcelo Queiroz. Em seguida, chegaram Ramagem e Rodrigo Amorim. Este último teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), nesta quinta-feira (3). O candidato, no entanto, afirmou que vai recorrer da decisão e marcou presença no debate.
O debate foi dominado por troca de acusações sobre apadrinhamentos políticos, onde Bolsonaro e Lula foram mencionados. Ramagem e Amorim fizeram uma 'dobradinha' para atacar Paes. Este, por sua vez, tentou provar que seu governo atual superou a gestão anterior de Crivella.
Segurança pública traz à tona ex-presidente e Lula 
No primeiro bloco cada candidato (sorteado anteriormente) escolheu um adversário para direcionar sua pergunta, entre os que ainda não tiverem respondido naquele bloco. Rodrigo Amorim iniciou sua participação no debate atacando o atual prefeito Eduardo Paes. Em sua pergunta, ele mencionou a relação do ex-governador Sérgio Cabral com Paes, e também lembrou a Operação Lava-Jato.
"Todos eles me acusaram de ser sócio do Cabral, que eu ia ser preso. Sabe o que aconteceu? Todos eles, inclusive o Witzel, com quem ele [Rodrigo Amorim] andava coladinho, foram presos. Isso também aconteceu em 2020, contra o ex-prefeito que também dizia que eu seria preso, e quem acabou sendo preso foi ele", disse Paes em resposta ao questionamento de Amorim.
Em seguida, Paes direcionou sua pergunta sobre segurança à Ramagem. Em seu questionamento, Paes perguntou se o candidato do PL não se sentia "constrangido" de defender a resolução do problema da segurança pública ao mesmo tempo em que é "apadrinhado" por Cláudio Castro, atual governador do Rio.
"Não tenho padrinho Cláudio Castro, minha liderança política se chama Jair Messias Bolsonaro. Segurança é sim responsabilidade também da prefeitura", disse Ramagem. 
Na vez de Tarcísio, o candidato do Psol alfinetou Amorim ao mencionar o fato da candidatura dele ter sido indeferida pelo TRE-RJ por causa da condenação por violência política de gênero contra a vereadora Benny Briolly.
Ramagem e Amorim, aliados ao Bolsonaro, também atacaram Paes tentando ligá-lo ao presidente Luís Inácio Lula da Silva. Em resposta, Paes disse que é aliado do Lula, mas não é igual a ele. "A gente trabalha junto. O estádio do Flamengo é fruto de parceria, o Galeão é fruto de parceria. Vou continuar aliado do presidente", afirmou Paes.
Filas no Sisreg 
No segundo bloco, os candidatos fizeram perguntas com base em temas determinados. Rodrigo Amorim perguntou para Paes sobre qual a competência do município na Saúde, fila do Sisreg e como resolver o que não foi resolvido no atual mandato.
Tarcísio perguntou para Ramagem sobre responsabilidade orçamentária e ligação de Ramagem com grupos políticos como o do ex-prefeito Marcelo Crivella. Em seguida, Ramagem fez uma 'tabelinha' com Rodrigo Amorim para promover suas propostas sobre Educação e implantação de escolas cívico-militares na cidade.
Em seguida, foi a vez de Queiroz perguntar para Tarcísio sobre falhas da prefeitura em projetos de habitação popular nas comunidades. Por último, foi a vez de Paes perguntar para Marcelo Queiroz sobre como ele pretende manter parcerias com os governos federal e estadual caso eleito.
Tarcísio confronta Ramagem sobre negacionismo 
Os candidatos tiveram uma nova oportunidade de fazer perguntas com temas livres. Queiroz questionou Paes sobre resultado do Ideb, aprovação automática nas escolas, fila de espera do Sisreg e possíveis erros do atual prefeito. Em seguida, foi a vez Paes perguntar para Tarcísio sobre lazer e a criação de parques. Conforme definido por sorteio, foi a vez de Tarcísio perguntar para Ramagem sobre Educação, perseguição de professores e 'negacionismo'. 
Ramagem, em uma conversa amigável com Amorim, perguntou sobre tecnologia, câmeras de segurança e estratégia para ter uma 'cidade inteligente'. Por último, Amorim questionou Marcelo Queiroz sobre escolha de lados na política.
Quarto bloco
No último bloco, os candidatos puderam fazer perguntas com temas livres. Paes questionou Ramagem sobre propostas para a área de transporte. Em resposta, Ramagem mencionou mais ligações e investimento no BRT. Em seguida foi a vez de Queiroz perguntar para Paes sobre como combater construções irregulares da milícia e do tráfico. 
Por sorteio, foi a vez de Rodrigo Amorim fazer sua pergunta. Ele escolheu Tarcísio Motta para questionar sobre propostas para gerar emprego em áreas de favelas da cidade. Em seguida, Ramagem escolheu Amorim para perguntar sobre propostas para os vendedores ambulantes na cidade do Rio de Janeiro. 
Considerações finais
Ao final do quarto bloco, cada candidato teve dois minutos para fazer suas considerações finais. 
Alexandre Ramagem, mais uma vez, centrou sua fala na segurança: "A Segurança Pública tem que ser o tema central da prefeitura. De um lado tem o atual prefeito do grupo do Lula e Freixo. Estamos aqui do outro lado, com força, união, fé e esperança. Sabemos que o Rio pode ser uma cidade segura e próspera".
Já Tarcísio Motta, do Psol, adotou um discurso sobre esperança: "Toda eleição é sobre presente e futuro. Nossa tarefa é derrotar a extrema direita, do ódio do medo. Nós vamos derrotá-los. Nós acreditamos na esperança. Podemos ter o melhor. Vote com coragem e esperança. Não existe voto útil votando na extrema direita. O voto útil é aquele que constrói o futuro do Rio de Janeiro".
Eduardo Paes, atual prefeito, enumerou os feitos de seu mandato: "Para mim, de 2021 para cá, com transparência, tiramos a cidade em uma situação difícil. Os desafios ainda são imensos, queria reiterar nossa obrigação na saúde, fornecimento de medicamentos nas clínicas, construção de novos super centros, oito centros para pessoas de espectro autista. Na educação estamos com 50% das crianças estudando em tempo integral, vamos aumentar para 70%. Aumentar a frota de ônibus, avançar com a nossa cidade. Tenho enorme alegria em ser prefeito dessa cidade. Tenho certeza que podemos continuar, podemos terminar essa história no domingo".
Marcelo Queiroz: "Idealizei o maior programa de castração do mundo. Não foi só essa causa, tive muitos problemas de saúde, tive câncer, fiz diálise. Precisamos de alguém que mude sua realidade. Não vou aceitar W.O. O segundo turno é muito importante".
Rodrigo Amorim: "Vou restaurar a ordem e meu vice-prefeito vai cuidar das pessoas. Posso levar as eleições para o segundo turno junto com meu colega Ramagem. Nós vamos salvar o Rio".
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