Ex-presidente Jair Bolsonaro votou na Vila Militar acompanhado dos filhos, Carlos e Flávio, e do candidato RamagemPedro Teixeira/ Agência O Dia
Publicado 06/10/2024 11:14 | Atualizado 06/10/2024 14:59
Rio - Em fala de mais de uma hora à imprensa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dedicou poucas palavras sobre a disputa pela prefeitura do Rio após votar, na manhã deste domingo (6), na Escola Municipal Rosa da Fonseca, na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio.
Publicidade

Acompanhado do candidato a prefeito Alexandre Ramagem (PL), do senador Flávio Bolsonaro (PL) e do vereador Carlos Bolsonaro (PL), o ex-presidente mencionou que o correligionário ainda é tímido na política. "Ramagem desponta como uma liderança, apesar dele ser um pouco inibido ainda, mas está se soltando para política", brincou.
O candidato Alexandre Ramagem comentou a fala de Bolsonaro e explicou que fez carreira na polícia, onde a observação é mais exercida do que a comunicação. "É uma diferença muito grande. Uma carreira muito mais de observação do que de comunicação, como é a política. Então eu tenho certeza que nessas eleições eu cresci mostrando o que deve ser feito para a família carioca. Se a gente tivesse mais umas duas semanas para esse primeiro turno, a gente estaria mais do que consolidado e disputando com força", disse. 

Perguntado se estava confiante para a eleição municipal carioca, o ex-presidente preferiu destacar a campanha de outras capitais. "Chance existe, pequena, mas existe. O PL que não tinha candidatura pelo Brasil em grandes capitais, praticamente não existia, passou a existir esse ano. Em algumas capitais vamos para segundo turno: Maceió, Cuiabá, Manaus, Fortaleza, Palmas, Belo Horizante, muitas grandes cidades", afirmou sem mencionar o Rio de Janeiro.
O ex-presidente ainda afirmou que participou pouco da eleição do Rio. "Eu participei pouco aqui porque eu rodei o Brasil todo. Se bem que com as mídias sociais, eu faço um discurso em Rondônia e roda o Brasil. Quando eu faço um bom pronunciamento, de qualquer lugar do Brasil, eu estou fazendo campanha para todo o PL", ponderou.

Questionado sobre os próximos passos neste domingo de eleições, Bolsonaro afirmou que esperava que Ramagem lhe pagasse um almoço. Após proferir seu voto, Bolsonaro sugeriu aos correligionários uma pausa para comer pastel em Marechal Hermes. O presidente afirmou que vai acompanhar a apuração dos votos em sua casa, no condomínio Vivendas da Barra.
"Tá tudo preparado lá para acompanhar. Saudável, tranquilo, piada pra caramba. Se quiser ir vá, mas não pode levar gravador porque a gente fala besteira para caramba", brincou. Ramagem disse que deve acompanhar a apuração na casa de Bolsonaro.

Bolsonaro afirma que aconselhou Marçal a 'segurar um pouco'

Ao avaliar as eleições de São Paulo, Bolsonaro afirmou que está tudo bem e que entrou na campanha de Ricardo Nunes (MDB) nos últimos dois dias. O ex-presidente disse que vai apoiar "qualquer um" em caso de Guilherme Boulos (Psol) disputar o segundo turno.

"Em São Paulo está tudo bem. Entrei na campanha do Nunes nos últimos dois dias. O Mello Araújo (vice na chapa de Nunes) esteve na minha casa na sexta-feira e fizemos a live dele".
Bolsonaro disse que há dois meses conversou com Marçal e afirmou que ele tem futuro, mas tem que "segurar um pouco". O ex-presidente não comentou a apresentação de um laudo falso de exame toxicológico apresentado pelo candidato do PRTB em São Paulo contra Boulos. Bolsonaro afirmou que teria que ver o documento para avaliar, mesmo após reconhecer que a Polícia Civil classificou o laudo como falso.
"Há dois meses, conversamos, eu e Marçal, por uma hora. Mais ninguém. Duas horas depois estava no jornal O Estado São Paulo que eu iria apoiá-lo. Alguém se equivocou. Mas ele faz essas coisas para dar polêmica, né? Tira recortes, tem recursos, impulsiona as mídias sociais. Então, ele é um pouco midiático. Eu falei para ele na época: 'você é um cara inteligente, tem futuro na política, mas tem que segurar um pouquinho", contou.
Críticas a Lula
Durante a fala à imprensa, o ex-presidente reafirmou que não tomou a vacina contra covid-19 e disse que se sentiu prejudicado nas últimas eleições gerais por ações do Tribunal Superior Eleitoral. "Fez campanha para o jovem tirar título de 16, 17 anos tirar o título. O jovem, 70% do voto, é na esquerda. Tudo que puderam fazer para prejudicar minha campanha, fizeram", avaliou.
O ex-presidente fez críticas à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que se as queimadas que atingiram o país em setempro tivessem acontecido em seu governo "talvez estivesse preso". Bolsonaro disse que o petista "defende o Hamas" e destacou que, durante seu mandato, conversou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. 
Jair Bolsonaro questionou sua inelegibilidade e rebateu críticas que foram feitas ao seu mandato, afirmando que houve interferência para que não fosse eleito em 2022. "Estou inelegível por que? Dinheiro na cueca, embaixo do colchão, conta lá fora, corrupção, desvio? Não. Estou inelegível por me reunir com embaixadores. Aí entrou abuso de poder político. Alguém acha que eu ganhei um voto me reunindo com embaixadores? Não", citou.
Leia mais