Vinicius Junior, Lincoln e Paquetá: ousadia no drible a serviço do FlamengoGilvan de Souza?FLamengo
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Rio - Vinicius Júnior e Lucas Paquetá chamaram os marcadores para o baile, na vitória do Flamengo sobre o Fluminense por 2 a 0, quinta-feira. Os dribles lembravam até os movimentos do passinho, estilo de dança do funk no qual a dupla já se mostrou escolada nas redes sociais. Renato Chaves e Gum saíram do compasso e enquadraram os garotos. Abel Braga também achou fora do tom e aumentou o volume da polêmica. Há limites com a bola no pé? Julio Cesar Uri Gueller, que enlouquecia os adversários nos anos 1980, defende as revelações rubro-negras.

"O futebol brasileiro vive de drible. Quantas Copas do Mundo ganhamos com irreverência e festa? Tenho o maior respeito pelo Abel, mas vejo de outra maneira", disse o ex-jogador que, assim como Vinicius Júnior, fazia a festa pela ponta esquerda.

"Neymar começou dessa maneira. Claro que há um pouco de exagero, mas tirar a alegria do futebol brasileiro é um crime. Óbvio que os meninos vão sofrer e apanhar. Só que não vão parar. Ameaça, para esse tipo de jogador, é combustível", completou.

Segundo Armando Nogueira, mestre da crônica esportiva que morreu em 2010, "o passe é devoção; o drible, inspiração." A Vinicius e Paquetá, a atmosfera do Fla-Flu, rivalidade que conhecem desde as divisões de base, serviu de centelha. E eles fizeram Uri Gueller lembrar que a finta, como o samba e o funk, aquele do passinho, fazem parte da identidade popular brasileira.

"Sempre fomos assim, de Garrincha a Ronaldinho Gaúcho. Agora acabou, só sobraram o Neymar e esses meninos. Queriam que eles, Denilson e outros só tocassem a bola para o lado? Assim, ficaremos na mesmice do passe com o lado interno do pé, da posse de bola sem entrar na área", afirmou Uri Gueller que, vítima da violência dos marcadores, operou os dois tornozelos durante a carreira.

Vinicius Júnior também percebe no drible o principal traço do futebol nacional. O atacante, de 17 anos, manda a letra e garante que terão que pará-lo na bola porque, no grito, não vão conseguir: "Sempre fizemos isso. Sempre que pudermos fazer em direção ao gol, respeitando o adversário, vamos fazer. Fazemos isso em todos os jogos."

Abel revelou ter pedido para que Mauricio Barbieri interviesse. No segundo tempo, o baile do passinho acabou. O Fluminense, no entanto, não conseguiu trocar o disco da partida. O Rubro-Negro substituiu o ritmo de batidão pela cadência e ainda ampliou o placar.

 

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