José Luis BrownReprodução
Por O Dia
 
Argentina - O futebol argentino perdeu um de seus jogadores históricos. Autor de um dos gols do triunfo albiceleste sobre a então Alemanha Ocidental, por 3 a 2, no jogo da conquista da Copa do Mundo de 1986, José Luis Brown morreu na noite de segunda-feira aos 62 anos, em Buenos Aires. "Tata" Brown sofria há alguns anos do Mal de Alzheimer.

De acordo com informações divulgadas pelo "Olé", nos últimos meses, o ex-jogador sequer requer reconhecia sua filha, Florencia. O velório de José Brown ocorrerá nesta terça-feira, na sede do Estudiantes, clube no qual foi ídolo, entre as 8h e 13h.
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Zagueiro emblemático, José Luis Brown inicialmente foi para a Copa do Mundo de 1986 como opção a Daniel Passarella. Contudo, devido a um problema gástrico que acometeu o titular, coube a Brown o desafio de fazer parte do setor defensivo no decorrer da competição.

Marcado pela firmeza nas divididas, Brown contribuiu (ao lado de Ruggeri e Cuciuffo) para a equipe de Carlos Bilardo engrenar na competição até chegar à decisão daquele Mundial. E, no dia 29 de junho de 1986, o camisa 5 entraria para a história: após Burruchaga alçar bola para a área, o defensor subiu mais do que a defesa da Alemanha Ocidental e balançou a rede.

O gol de cabeça na final da Copa do Mundo foi o único que Tata Brown marcou em 36 partidas com a camisa albiceleste. Na vitória por 3 a 2, que culminou no segundo título mundial da Argentina, o zagueiro ainda ficou marcado por um momento dramático: ao chocar-se com um adversário, seu ombro foi deslocado. Após rasgar a camisa 5 para improvisar o apoio no braço direito, ele seguiu em campo até o final.

IDOLATRIA NO ESTUDIANTES

Nascido em Ranchos (província de Buenos Aires na qual foi reverenciado, ao dar nome a um estádio), José Luis Brown profissionalizou-se no Estudiantes em 1975. Nos "Pinchas", foi campeão metropolitano em 1982 e conquistou o título argentino de 1983, ao lado de nomes como Bertero, Alejandro Sabella e Trobbiani.

Após as conquistas com a camisa do Estudiantes, o zagueiro mudou de ares, ao aceitar a proposta do Atlético Nacional (COL) e teve passagens por Boca Juniors, Brest (FRA) e Real Murcia (ESP). Em 1990, pendurou as chuteiras no Racing.

MEDALHA DE OURO... NA COMISSÃO TÉCNICA

Mesmo após deixar os gramados, Tata Brown seguiu no futebol. Após ter comandado o modesto Los Andes (lidando com o também ex-jogador Nery Pumpido), em 1996 foi para o Boca Juniors, onde tornou-se um dos auxiliares de Carlos Bilardo, seu ex-treinador no Estudiantes e na Argentina.

Depois, teve trabalhos em clubes como Almagro, Nueva Chicago e Blooming (BOL) e retornou ao Estudiantes, seu ex-clube, como técnico das categorias de base. José Luis Brown ainda comandou equipes como Atlético Rafaela, Ben Hur de Rafaela e Ferro Carril Oeste.

Porém, em 2008, chegaria ao seu ápice na beira de campo. "Tata" Brown foi auxiliar técnico da Argentina na medalha de ouro dos Jogos Olímpicos de Pequim. A geração comandada por Sergio Batista trazia o camisa 10 Messi e nomes como Romero, Agüero, Di María, Lavezzi, Buonanotte, além de Riquelme.