Publicado 12/06/2021 17:09
Brasília - Bicampeão da Copa América, o Brasil inicia contra a Venezuela, neste domingo, às 18h, no Mané Garrincha, a disputa pelo terceiro título seguido. Sob a sombra da pandemia do novo coronavírus, a Seleção terá pela frente um adversário com 12 casos confirmados de covid-19. Com mais de 484 mil mortes registradas pela doença no país, Tite, pela primeira vez, criticou abertamente a realização da competição em solo brasileiro e revelou que todo o grupo, incluindo comissão técnica e jogadores, pediu ao presidente da CBF, Rogério Caboclo, afastado após a denúncia de assédio moral e sexual, que o Brasil não sediasse a Copa América após a desistência de Argentina e Colômbia.
"Pedimos antes ao presidente da CBF. Eu pedi, os atletas pediram, Juninho (coordenador da Seleção) pediu antes da definição do Brasil. Fomos leais e pedimos antes. Antes de levar ao presidente da República, ao país, colocamos essa situação que não gostaríamos, pelo respeito, por tudo o que estava envolvendo, por um lado sentimental. Ficamos à mercê, pediram tempo para nós, aí a situação ficou definida e ficamos expostos. Então decidimos nos manifestar de forma conjunta, mas já que ela foi definida, temos orgulho do nosso país, de representar a Seleção, eu tenho orgulho de ser técnico da Seleção", disse Tite.
Mais a vontade, Tite, sem rodeios, respondeu os questionamentos levados à coletiva de imprensa. Após o afastamento de Rogério Caboclo pelo Comitê de Ética da CBF, em meio às investigações de assédio cometida pelo dirigente contra uma funcionária, o treinador se fortaleceu nos bastidores, apoiado pelo grupo, em meios aos rumores da promessa de demissão que Caboclo teria feito ao presidente Jair Bolsonaro, entusiasta da realização da Copa América no Brasil. A Conmebol não passou ilesa na 'dividida' com Tite.
Mais a vontade, Tite, sem rodeios, respondeu os questionamentos levados à coletiva de imprensa. Após o afastamento de Rogério Caboclo pelo Comitê de Ética da CBF, em meio às investigações de assédio cometida pelo dirigente contra uma funcionária, o treinador se fortaleceu nos bastidores, apoiado pelo grupo, em meios aos rumores da promessa de demissão que Caboclo teria feito ao presidente Jair Bolsonaro, entusiasta da realização da Copa América no Brasil. A Conmebol não passou ilesa na 'dividida' com Tite.
"Colocamos que somos contrários à realização da Copa América e não vai ter desculpa agora. Não tem bengala, muleta. Vai jogar. Vamos nos cuidar da melhor maneira possível e vamos jogar com a exigência", disse o treinador.
Na linha de tiro de bolsonaristas, Tite, devido ao posicionamento contrário à escola do Brasil como sede da Copa América, foi alvo da ironia do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que sugeriu a sua contratação pelo Cuiabá, ainda sem técnico, e de Flávio Bolsonaro, senador (Patriotas-RJ) e primogênito de Bolsonaro, que o chamou de 'hipócrita' e 'puxa-saco de Lula'.
Na linha de tiro de bolsonaristas, Tite, devido ao posicionamento contrário à escola do Brasil como sede da Copa América, foi alvo da ironia do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que sugeriu a sua contratação pelo Cuiabá, ainda sem técnico, e de Flávio Bolsonaro, senador (Patriotas-RJ) e primogênito de Bolsonaro, que o chamou de 'hipócrita' e 'puxa-saco de Lula'.
"Gostaria que não tivesse esses problemas todos, não só com a Venezuela. Isso não tem viés político algum, é uma crítica direta à Conmebol e a quem decidiu da CBF que a Copa América fosse aqui. Tenho um respeito muito grande a tudo isso e à minha história. Eu não tenho partido político nenhum ao longo da minha trajetória, não tenho, sempre votei em pessoas, não partidos, por isso me sinto em paz para falar. Politizaram essa situação, infelizmente politizaram", avaliou Tite.
Após o contundente posicionamento da seleção brasileira feminina, Tite voltou ao tema do escandaloso caso de assédio moral e sexual em investigação na CBF. Antes de a bola rolar no amistoso contra a Rússia, sexta-feira, em Cartagena, na Espanha, um manifesto conjunto foi publicado nas redes sociais de cada atleta contra o assédio e o abuso sexual. As jogadoras exibiram a faixa com os seguintes dizeres 'Assédio não', uma semana depois da denúncia protocolada por uma funcionária da CBF contra o presidente da entidade, Rogério Caboclo, que está afastado do cargo.
"Eu tenho uma opinião e vou repeti-la. O fato é gravíssimo. Assédio não! Tenho respeito à coragem da funcionária por um assunto tão difícil ser exposto. Eu torço para que a Justiça de todos os envolvidos venha de forma clara e justa", disse o treinador.
Com a volta de Alisson e Renan Lodi, o Brasil terá apenas duas mudanças em relação à escalação contra o Paraguai, pelas Eliminatórias, e entrará em campo com a seguinte formação: Alisson, Danilo, Éder Militão, Marquinhos e Renan Lodi; Casemiro, Fred e Lucas Paquetá; Gabriel Jesus, Richarlison e Neymar.
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