Publicado 03/03/2022 12:15
Naturalizado ucraniano, o brasileiro Júnior Moraes corria o risco de ser impedido de sair da Ucrânia e ainda ter que participar da guerra contra a Rússia, devido à decisão do governo do país de obrigar os homens de 18 a 65 anos de ficarem na reserva, caso sejam chamados para se unir à resistência. Mas o pesadelo acabou nesta quinta-feira, quando o atacante do Shakhtar Donetsk desembarcou no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Emocionado, Moraes correu para abraçar a família assim que a viu no saguão de desembarque. E chorou muito ao lado da esposa e dos filhos. " Não desejo a guerra para ninguém. Estou feliz por estar com minha família, por abraçá-los. Desde o início, foi só nisso que pensei".
Com quase 10 anos de Ucrânia, o atacante tornou-se uma peça importante para ajudar outros jogadores brasileiros no retorno para casa. Conseguiu fazer os contatos para acelerar a saída deles do país. No fim, tudo deu certo.
"Não nasci para entrar em zona de confronto de guerra. Eu não sabia se ia sair ou não. Eu não fui forte em nenhum momento. Em vários momentos, quando estava no limite, eu me escondia no banheiro ou me trancava no quarto, orava, pedia força para Deus, porque eu não podia fazer isso na frente de ninguém", afirmou Moraes, explicando como ajudou os jogadores brasileiros.
"Só pensei em ajudar a tirar o pessoal de lá. Tinha muito bebê, muita criança, todo mundo muito assustado.Tentei o tempo todo achar uma solução, uma saída, buscava leite para as crianças, fraldas. Para passar à minha família que eu estava bem, eu virava para uma parede, tirava uma foto, dava um sorriso e dizia: 'Está tudo OK'".
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