Publicado 03/09/2022 14:09
Morador de Brasília e apaixonado pelo mundo do futebol, Pedro Maron, de 11 anos e deficiente visual, se adaptou para poder participar da brincadeira e se juntar aos amigos de colégio na coleção do álbum da Copa do Mundo do Catar.
Em entrevista ao site 'Lance!', Marcos Barreto, pai do menino, explicou o método da criança para poder colecionar o álbum, falou sobre a repercussão do caso no país-sede da competição e a dificuldade da inclusão para pessoas com deficiência visual.
"Esse álbum agora, cada seleção tem as páginas de um a 20. Então ele sabe que toda página tem 20 figurinhas, fica mais fácil dele localizar. Mas não tem ainda pra ele o mais importante, a grande emoção é abrir o pacote e saber se a figurinha está ou não. Ele precisa da gente. Nós dizemos qual é a figurinha e depois ele procura."
"Eu não sei como isso chegou no Qatar. A gente foi procurado pelo Instagram de um representante do veículo do Qatar. Aí Pedro deu entrevista para dois veículos do Qatar. Se tiver oportunidade para ir presenciar a Copa, a gente aceita. Pedro está doido para ir. Eu não comento muito isso com ele por que não quero alimentar uma expectativa. Mas ele gosta muito de futebol. Ele é muito curioso", iniciou.
"Agora essa questão do álbum foi mais uma (falta de acessibilidade). Porque a gente já passou por isso muitas vezes. A acessibilidade não está avançada no Brasil e no mundo. É claro que quando a gente vê o resultado a gente fica feliz. Mas até aqui não foi a primeira e não foi a última. Eu espero que hoje, com muito acesso a tecnologia, dá para fazer. Dá pra aprimorar. Com boa vontade dá pra fazer. A primeira pessoa cega que conheci foi meu filho, para ser bem sincero. E a gente aprendeu. Então tem estrutura para fazer", completou.
Marcos afirmou não torcer por nenhum time de futebol, destacou que Pedro é apaixonado pelo Flamengo e explicou como surgiu o amor da criança pelo clube Rubro-Negro.
"Em 2019, o Flamengo começou a jogar em Brasília. Eu não sou de frequentar o estádio, vou por causa dele. Aí ele começou a torcer para o Flamengo. Comprei um radinho de pilha para ele ouvir a narração da rádio, por que eu não sei narrar direito. Fica difícil. Eu não tenho time, eu assisto só Copa do Mundo", destacou.
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