NeymarAFP
Publicado 17/10/2022 10:00
França - Neymar Jr. começou a ser julgado nesta segunda-feira por acusações de corrupção e fraude no ato de sua transferência do Santos para o Barcelona, realizada em 2013. Horas após marcar o gol da vitória por 1 a 0 do Paris Saint-Germain sobre o Olympique de Marselha, o atacante se apresentou ao tribunal em Barcelona, mas não precisou acompanhar a sessão, pois foi liberado pelo juiz José Manuel Del Amo Sanchez para voltar a Paris.
O pedido de dispensa foi feito pela defesa, que argumentou que Neymar necessitava de descanso após a partida de domingo. A mãe do jogador, Nadine, também recebeu a opção de ir embora, assim como o pai, que é alvo do processo e escolheu continuar no tribunal, ao lado de Josep Bartomeu e Sandro Rosell, ex-presidentes do Barcelona. O julgamento deve durar até o fim deste mês, e a expectativa é que o atacante preste seu primeiro depoimento na sexta-feira.
Neymar Jr. e seu pai enfrentam acusações feitas pelo Grupo DIS, que possuía 40% dos direitos econômicos do jogador na época da negociação realizada entre Santos e Barcelona. A venda foi anunciada por 17,1 milhões de euros e o DIS recebeu uma fatia de 6,84 milhões. Depois disso, o Barcelona informou que o valor real da transação foi de 57 milhões de euros, e a diferença de quase 40 milhões foi depositada à empresa N&N, em nome dos pais do atleta.
A situação desencadeou uma investigação que obrigou o Barcelona a revelar o contrato feito com Neymar. Os documentos mostravam um valor ainda maior do que o divulgado anteriormente: 86,2 milhões de euros, englobando pontos como luvas, um repasse ao Instituto Neymar Júnior e comissões ao pai do atacante. O DIS, portanto, conclama que deveria ter recebido 34,5 milhões de euros e pede reparação na Justiça.
O caso, enquadrado pelo judiciário espanhol como corrupção entre particulares, pode render dois anos de prisão para Neymar, como pede o Ministério Fiscal da Espanha. A defesa do jogador aponta que a conduta não é considerada crime no Brasil e que, por isso, ele não poderia ser punido. Também em julgamento, Sandro Rosell, presidente do Barcelona na época da transação, está sujeito a receber pena de cinco anos de prisão e multa de 10 milhões de euros em multa.
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