Publicado 04/02/2023 06:00
O Flamengo pode reencontrar o Al Hilal no Mundial de Clubes da Fifa. Caso o time saudita vença o Wydad AC, garante vaga para enfrentar o Rubro-Negro e reeditar o confronto da semifinal de 2019. Por isso, o jornal O Dia conversou com Thiago Neves, que jogou no Fla e teve duas passagens pelo clube da Arábia Saudita. Na visão do atacante, o Al Hilal vive outro momento e chega mais "cascudo" para este possível novo duelo.
"Caso o Hilal avance, acredito que será uma partida totalmente diferente contra o Flamengo. Primeiro, porque o Mundial foi no fim do ano e o time do Flamengo estava encaixado. Agora, o Flamengo continua favorito com excelente jogadores, mas a competição será no inicio do ano, um novo treinador que está no inicio do trabalho, enquanto o Hilal está no meio da temporada, mais cascudo do que em 2019 e esse ano com uma vantagem técnica de ter sete estrangeiros no elenco. Em 2019 só podia inscrever três", analisou o atacante.
A primeira passagem de Thiago Neves no Al Hilal aconteceu entre as temporadas 2009/10 e 2010/11. Posteriormente, ele retornou ao time para jogar entre as temporadas 2013/14 e 2014/15. Com o intervalo, o atacante pôde observar mudanças no clube e rasgou elogios às melhorias que o Al Hilal ofereceu aos funcionários.
"Na primeira passagem o clube tinha um treinador e comissão europeia, mas estava iniciando um projeto com mentalidade dos grandes clubes da Europa. Na segunda passagem, o Hilal era outro. O treinador, comissão técnica, fisioterapia, assistentes todo staff era europeu. Um CT fantástico, com hotel próprio, quartos individuais, restaurante, salão de jogos, academia, enfim, tudo que um grande clube europeu tinha o Hilal instalou e deu de melhor para os jogadores", disse Thiago.
Com a camisa do Al Hilal, o atacante venceu três competições: o Campeonato Saudita 2009/10; Copa do Vice Rei 2009/10; e Copa do Rei 2014/15. As conquistas marcaram Thiago Neves na história do clube, mas ele revelou que ambição do Al Hilal, naquela época, era voltar a vencer a Champions da Ásia.
"O foco do Hilal sempre foi a Champions da Ásia. Estavam muito tempo sem conquistar e fizeram um projeto em busca de expansão esportiva no continente. Claro, que o Mundial de Clubes é importante para eles, mas sempre é uma consequência. O Hilal é um clube que sempre pensa para frente. Infelizmente não deu tempo de jogar no estádio próprio que eles construíram. Quando saí, em 2015, eles começaram o projeto do estádio próprio. Isso também foi muito importante porque o Hilal criou uma identidade e parou de dividir mando de jogos com os rivais Nasr e Shabab".
Por fim, a reportagem pediu para Thiago contar memórias sobre o período em que esteve no Al-Hilal. Lá, ele viveu momentos especiais tanto dentro quanto fora de campo.
"Tiveram vários momentos marcantes, e isso envolve muito o Hilal. A minha chegada foi algo incrível. Fui abraçado pelo torcedor desde o início. Minha esposa engravidou dos nossos dois filhos nas minhas passagens na Arábia Saudita. A minha despedida na segunda vez também foi algo de filme. O meu último jogo pelo clube foi na final da Copa do Rei. Então, já era uma partida especial por ser uma final. Felizmente, saímos campeões, lembro como se fosse hoje, chorei e me emocionei de verdade pela festa que fizeram no estádio e por tudo que cercou aquela decisão. Sentimento incrível!", finalizou.
Em tempo: o Al Hilal enfrenta o Wydad AC neste sábado, às 11h30 (de Brasília), no Estádio Príncipe Moulay Abdellah. A partida é válida pelas quartas de final do Mundial de Clubes.
*Matéria de João Alexandre Borges e da estagiária Larissa Carvalho.
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