Stefano Domenicali, chefe da Fórmula 1AFP
Publicado 09/02/2023 17:57
Após a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) proibir e exigir autorização prévia para a realização de protestos durante os eventos, o Fórmula 1 saiu em defesa dos pilotos. O presidente da categoria, Stefano Domenicali, defendeu que os pilotos terão o direito de se expressar, contrariando as palavras do presidente da federação Mohammed ben Sulayem.
"A F1 nunca vai por uma mordaça em ninguém. Temos uma grande oportunidade pela posição do nosso esporte, cada vez mais global, multicultural e multivalorizado. Estamos falando de 20 pilotos, dez equipes e vários patrocinadores com diferentes ideias, visões. É correto dar-lhes uma plataforma para discutir suas opiniões abertamente. Não mudaremos essa abordagem como esporte", disse Stefano Domenicali. 
No último ano, Mohammed ben Sulayem criticou publicamente os pilotos Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Lando Norris por realizarem manifestações sociais. Para 2023, o presidente da FIA criou uma regra que proíbe manifestações, o que gerou crítica dos pilotos. O mandatário justifica a nova regra com base no princípio geral de neutralidade, afastando-se do que considera político.
"O que não queremos é ter a FIA como plataforma para agenda pessoal privada. Vamos desviar do esporte. O que um piloto faz de melhor? Pilota. Eles são tão bons nisso, eles fazem o espetáculo e são as estrelas. Ninguém os está impedindo. Há outras plataformas para eles expressarem o que querem. Todos têm isso, e são muito bem-vindos a passar pelo processo da FIA", disse ben Sulayem, no ano passado.
Entre os críticos da regra criada pela FIA estava o atual bicampeão Max Verstappen. O piloto holandês, que não costuma se posicionar em discussões sociais, saiu em defesa da liberdade de expressão. Por conta da reação negativa, a FIA "recuou" e deixou a medida sob avaliação. A entidade ainda explicará como a regra funcionará ou quais punições estão previstas para quem prossiga com manifestações sem o aval.
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