Publicado 22/02/2023 16:22 | Atualizado 22/02/2023 16:23
Rio - Duas câmeras de segurança da boate Sutton, em Barcelona, onde Daniel Alves supostamente agrediu sexualmente uma mulher de 23 anos, mostram o jogador entrando no banheiro da área VIP depois da denunciante, e não antes, minutos antes do suposto estupro. As informações são do jornal espanhol El Periódico, e contradizem a versão apresentada pela defesa do brasileiro.
As imagens obtidas pela reportagem seriam as mais nítidas até o momento e foram capturadas. O advogado de Daniel Alves, Cristóbal Martell, afirma que é a jovem de 23 anos que vai ao banheiro quando o jogador já está dentro do local. No entanto, em outros dois vídeos é possível ver um tênis branco e a silhueta de um homem vestindo uma camisa da mesma cor que o jogador estava usando naquela noite. Vale ressaltar que o acesso ao local era restrito às pessoas que estavam na área VIP.
No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa "Y Ahora Sonsoles", da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia. Em seu primeiro depoimento, porém, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual.
Posteriormente, admitiu ter feito sexo, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a imprensa espanhola, ele alegou ter mudado de versão diversas vezes para tentar esconder a infidelidade da sua mulher, a modelo Joana Sanz.
Nesta terça-feira, o Tribunal de Barcelona rejeitou o pedido de liberdade provisória do jogador de 39 anos. Para os três juízes responsáveis pelo caso, Eduardo Navarro, Myriam Linage e Carmen Guil, existia um risco de fuga ao Brasil por causa de sua capacidade econômica e isso pesou na hora de negar o recurso. Além disso, segundo eles, há diversos indícios do crime cometido pelo jogador.
Daniel Alves está preso preventivamente desde o dia 20 de janeiro no centro penitenciário Brians 2, em Barcelona. Ainda anão há data para o julgamento.
CÓDIGO PENAL ESPANHOL
O Código Penal da Espanha foi alterado em outubro do ano passado com uma nova lei que se baseia na ideia de que crimes sexuais devem ser tipificados com base no consentimento da vítima. Dessa forma, todos os crimes de natureza sexual, independentemente de haver ou não violência, passaram a ser "agressões sexuais".
A lei, chamada de "Só sim é sim", foi criada para ampliar a abrangência de crime de violência sexual. Todos os atos sexuais não consensuais passaram a ser considerados violência. Contraditoriamente, porém, as penas para alguns crimes sexuais foram reduzidas.
O código penal da Espanha considera agressão sexual "os atos de caráter sexual que sejam realizados com recurso à violência, intimidação ou abuso de uma situação de superioridade ou vulnerabilidade da vítima".
A pena prevista é de um a 15 anos por crimes de agressão sexual, dependendo da gravidade, mas também pode ser reduzida a multas.
CASO DANIEL ALVES
Daniel Alves teve a prisão decretada no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.
A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periódico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.
A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d’Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.
Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa "Y Ahora Sonsoles", da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.
No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu ter feito sexo, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante. O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa
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