Eduardo Bauermann é um dos investigados da operação de manipulação de resultados na Série A do BrasileirãoIvan Storti/Santos
Publicado 09/05/2023 14:36
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Investigados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por um esquema de manipulação de jogos no futebol brasileiro, o zagueiro Eduardo Bauermann sofreu ameaças de morte dos apostadores. O jogador, de 27 anos, foi afastado pelo Santos após a divulgação de conversas com um membro da quadrilha.
Eduardo Bauermann recebeu R$ 50 mil para levar um cartão amarelo no jogo entre Santos e Avaí, mas não foi advertido. Ele prometeu "reerguer a firma" no jogo contra o Botafogo, recebendo um cartão vermelho, e conseguiu apenas após o apito final. Porém, isso não conta nos sites de apostas esportivas.
Sem cumprir o combinado duas vezes seguidas, Bauermann recebeu ameaças dos apostadores. Um membro da quadrilha, que estava em contato com o zagueiro, compartilhou uma mensagem de um comparsa em que dizia que ele "merece morrer". 
"Irmão, esse moleque merece morrer. Na moral, brincando com o dinheiro das pessoas", escreveu um membro da quadrilha de apostadores.
Eduardo Bauermann precisou devolver os R$ 50 mil que recebeu antecipadamente para levar o cartão amarelo contra o Avaí e, posteriormente, o vermelho contra o Botafogo. Além disso, o jogador prometeu pagar o prejuízo dos apostadores, que ganhariam cerca de R$ 800 mil com as apostas.
O jogador chegou a dar como garantia parte do valor de uma futura transferência. Nas conversas reveladas pelo MP-GO, Bauermann cita que recebeu proposta do León, do México, no valor de 2,5 milhões de dólares (R$ 13 milhões), e que poderia receber uma de 4 milhões de dólares (R$ 20 milhões) no fim do ano.
A Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, investiga manipulação de jogos do futebol brasileiro visando lucro em apostas esportivas. Pelo menos 20 partidas das Séries A e B do Brasileirão, além dos campeonatos estaduais em 2023, são analisadas.
Na primeira fase da operação, o apostador Bruno Lopez de Moura foi detido e considerado pelo MP-GO como o líder da quadrilha. Há mais 16 investigados que podem virar réus no caso. Sete jogadores estavam sob suspeita inicialmente, mas outros três integraram a lista na segunda fase. 
Jogadores investigados:
Victor Ramos (zagueiro da Chapecoense)
Kevin Lomónaco (zagueiro do Bragantino)
Paulo Miranda (ex-zagueiro do Juventude e atualmente sem clube)
Eduardo Bauermann (zagueiro do Santos)
Igor Cariús (lateral-esquerdo do Sport)
Moraes (lateral-esquerdo do Atlético-GO)
Gabriel Tota (meia do Ypiranga-RS)
Fernando Neto (volante do São Bernardo)
Nikolas (volante do Novo Hamburgo-RS)
Jarro Pedroso (atacante do Inter-SM)
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