Publicado 17/05/2023 18:43
Nesta quarta-feira, 17, Marcelo Bielsa foi apresentado como o novo técnico do Uruguai. Um dos temas da primeira coletiva do treinador foi sobre o futuro de ídolos da Celeste, como Cavani e Suárez, na seleção. Nesse sentido, Bielsa destacou que não tem nenhuma posição estabelecida em relação ao tema e apontou que é importante conversar com eles para só então tomar uma decisão.
"Não falei com eles, com cada um. Acho que cabe estabelecer um diálogo, ouvir, ser ouvido e depois a inevitável tarefa de decidir se é preciso fazer de um jeito ou do outro. outro. Não tenho uma posição previamente estabelecida e, no caso dos jogadores a que se refere e que estão claramente identificados pela idade, penso que falar sem os ter falado não seria prudente", disse Bielsa.
Esta é a terceira vez que Marcelo Bielsa comanda uma seleção. Entre 1998 e 2004, o experiente treinador comandou a Argentina. Já entre 2007 e 2011, ele dirigiu o Chile.
O trabalho mais recente do técnico foi na Inglaterra, no Leeds United. Por lá, Bielsa conseguiu levar os Whites à Premier League na temporada 2019/20. O argentino deixou o clube inglês no início de 2022 e estava livre no mercado desde então.
"Não dirijo equipes há muitos anos. O futebol, os jogadores e os recursos para treinar mudaram. Dentro das minhas limitações, procuro incorporar o novo. Para isso preciso me convencer de que o novo substitui um pouco do antigo, por uma versão melhor. A passagem do tempo faz com que a idade não ajude na flexibilidade de incorporar coisas novas", contou Bielsa.
"Fiquei mais de um ano sem trabalhar, e boa parte desse tempo foi aproveitado para entender melhor alguns dos recursos que o futebol oferece. E sempre trabalho com pessoas 20 anos mais novas que eu, que vêm com novas ideias. Rejeito coisas que não considero superiores. Eu gosto mais de perder controvérsias do que ganhá-las", completou.
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"Existem países que, se tomarem consciência de seu poder e potencial, têm menos possibilidades de construir por ilusão. Existem outros países cuja consciência os autoriza a pensar no máximo, e não é uma ilusão, mas uma realidade. E há países que combinam as duas coisas, com recursos e origens que os capacitam com fantasia, ilusão e perspectiva. Acho que o Uruguai é do grupo intermediário. Ele pode fantasiar e tem com o que alimentar essa fantasia".
IMPOSIÇÃO DO ESTILO DE JOGO
"É a combinação das intenções do treinador, das possibilidades dos jogadores de concretizar a proposta e de um tempo de desenvolvimento necessário para que a conjugação destes elementos se cristalize".
ACERTO COM A SELEÇÃO
"Não precisavam me convencer, eu quase diria o contrário. O meu desejo de pertencer a este projeto tem dois extremos que me convencem muito. Uma delas são os jogadores que o Uruguai tem, gosto do grupo de jogadores que representaram o Uruguai nos últimos anos. O outro é o destinatário de uma seleção, que é o cidadão comum do país em questão".
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"Sempre senti respeito pelos processos dele e pelo que ele construiu estruturalmente no futebol uruguaio e depois a estrutura traduzida em resultado, eu o admiro. A palavra admiração deveria ser usada menos porque soa exagerada, mas neste caso corresponde, tenho muito respeito pela forma como ele escolheu interpretar a profissão de treinador".
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