Publicado 21/05/2023 17:43
Mais uma vez alvo de insultos racistas em um jogo do Campeonato Espanhol, Vini Jr subiu o tom nas críticas sobre o que vem passando na Espanha. Após ser chamado de macaco pela torcida do Valencia, na derrota por 1 a 0 do Real Madrid, o atacante brasileiro foi duro contra a La Liga, que organiza a competição e nada fez para diminuir os casos de racismos, e também contra o país.
Pela primeira vez, deu a entender a possibilidade de sair da Espanha, em uma postagem publicada nas redes sociais.
"Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", começou escrevendo Vini Jr, para depois concluir.
"Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui".
Tudo começou aos 24 do segundo tempo, quando Vini Jr fazia uma jogada e, ao entrar na área, foi surpreendido por outra bola dentro do gramado, chutada em sua direção pelo zagueiro Cömert. O atacante do Real Madrid reclamou muito com a arbitragem e começou a ser vaiado.
Poucos depois, ele partiu em direção a um torcedor do Valencia, acusado pelo jogador de racismo. Foi questão de tempo para a arquibancada do Mestalla entoar o grito de "Mono" (macaco, em espanhol). A partida foi paralisada e o telão do estádio pediu para os torcedores não cometerem racismo.
Ancelotti apoia Vini Jr
Após o jogo, na coletiva de imprensa o técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti se recusou a comentar outro assunto além do caso de racismo. O italiano, chegou a discutir com um jornalista, que queria convencê-lo que os torcedores gritaram "tonto" e não "mono".
"Não quero falar de futebol. Foi mais que uma derrota. Não parece? Eu sou muito calmo, mas aconteceu algo que não pode acontecer. Um estádio gritando "macaco" a um jogador, e um treinador pensar em ter que tirá-lo por isso. Algo está muito errado nesta liga. Nada acontece", disse.
Ancelotti também admitiu que o atacante brasileiro pediu para sair.
"Ele não queria continuar. Disse que não parecia justo, que não era sua culpa. Ele seguiu jogando, e além disso tomou um cartão (vermelho) sem sentido. Vinicius é um dos melhores do mundo. Esses episódios de racismo não podem passar. Foi todo o estádio, não foi só uma pessoa, como em outras ocasiões. Estamos em 2023, o racismo não pode existir. A única maneira é parando o jogo"
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