Publicado 24/05/2023 11:25 | Atualizado 24/05/2023 13:37
Volker Turk, alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, condenou os insultos racistas direcionados a Vini Jr, do Real Madrid, no último domingo, na derrota por 1 a 0 para o Valencia, pelo Campeonato Espanhol. Ele pediu esforços conjuntos para erradicar o racismo no esporte.
"Fazemos um apelo a todos estes eventos esportivos do mundo para enfrentar, combater e prevenir o racismo", declarou Turk, em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça, nesta quarta-feira (24).
O comissário classificou o episódio mais recente envolvendo o jogador brasileiro como um "lembrete brutal da prevalência do racismo no esporte".
Vini Jr. foi chamado de "mono" ("macaco", em espanhol) pela torcida do Valencia aos 27 minutos do segundo tempo da partida realizada no domingo. O brasileiro reclamou com o árbitro Ricardo de Burgos Bengoechea e o jogo foi paralisado por cerca de 10 minutos. O confronto seguiu com o brasileiro revoltado e desestabilizado pelos rivais em campo.
Na reta final da partida, o brasileiro se desentendeu com o goleiro Giorgi Mamardashvili e acabou expulso por acertar a mão no rosto do atacante Hugo Duro, mesmo tendo levado um "mata-leão" do jogador adversário, que não foi focado pelo VAR.
Ao deixar o gramado, o atacante fez um "dois" com os dedos, em referência à luta do time contra a queda para a segunda divisão
O incidente teve repercussão mundial após Vini Jr. criticar a LaLiga, organizadora do Campeonato Espanhol, pela falta de ações no combate ao racismo. Sete pessoas que insultaram o brasileiro foram presas e o Valencia foi multado em 45 mil euros.
Volker Turk saudou as ações e pediu que as entidades que realizam eventos esportivos levem a questão muito a sério. O comissário disse ainda que pedirá a preparação de um relatório com orientações sobre a questão do racismo no esporte.
"Queremos propor um certo número de ideias claras sobre as normas relativas aos direitos humanos em eventos esportivos. Temos que encontrar maneiras de erradicá-lo completamente no século 21. Isso exige que todos enfrentem (o problema)."
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