Nouhalia Benzina, do Marrocos, utilizando hijab em jogo pela Copa do Mundo AFP
Publicado 26/09/2023 19:02
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Paris (FRA) - As atletas francesas e integrantes de comissões técnicas de origem muçulmana não poderão competir de hijab, o véu islâmico, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A decisão foi comunicada nesta terça-feira (25), por Amélie Oudéa-Castéra, ministra de esportes da França, à emissora pública "France 3".
A declaração provocou polêmica nos bastidores das esferas esportiva e política. Pouco tempo depois, a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou a medida como "prática discriminatória". Amélie reconheceu que a decisão é contrária ao que indica o Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre aspecto cultural, não religioso.
"Em geral, o gabinete do alto comissariado para os direitos humanos acredita que ninguém deve ditar a uma mulher o que ela deve ou não vestir", disse Marta Hurtado, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em conferência realizada em Genebra, na Suíça.
Marta Hurtado reiterou a luta para eliminar discriminação quanto ao gênero e exigiu união dos países - incluindo a França, pivô na polêmica - para que a pauta seja tratada com relevância.
"Estas práticas discriminatórias podem ter consequências prejudiciais. É por isso que, de acordo com as normas internacionais de direitos humanos, as restrições à expressão de religiões ou crenças, como a escolha do vestuário, só são aceitáveis em circunstâncias muito específicas", completou.
 
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