Daniel AlvesAFP
Publicado 07/02/2024 13:57 | Atualizado 07/02/2024 14:07
Rio - O terceiro dia do julgamento de Daniel Alves contou com a presença do ex-jogador e depoimentos de especialistas da medicina forense. Médicos e psicólogos alegaram que a denunciante, uma jovem de 23 anos, apresentou sinais de trauma em diferentes testes realizados, além de não apresentar indícios que estaria exagerando ou simulando ter sido vítima de uma agressão sexual.
"Quando estamos com uma paciente que sofre com sintomas pós-traumáticos tão variados, é alguém que tem a sensação de perder o controle da vida e das emoções. Não estar tomando medicação não significa que não tenha uma síndrome pós-traumática. Muitos não querem tomar para não estarem sob efeito de remédios. Um dos indicadores da condição de vítima é sentir culpa por algo que de fora está claro", disse uma psicóloga forense.
Já os médicos forenses explicaram a lesão no joelho da denunciante. Segundo o relato do médico, a jovem chegou ao hospital com um sentimento de medo. Em relação a ausência de lesão vaginal nos exames, o médico explicou que, em um estudo com 500 mulheres, apenas 22% das que haviam feito sexo não consensual tinham lesões vaginais.
"Em quedas, é normal que ocorram hematomas na altura de ambos os joelhos. Estamos diante de uma lesão lateral, na parte externa do joelho. Poderia ter sido contra uma superfície áspera que teria impactado. Estabelecer que esse foi o caso é muito complicado e complexo (...) Estamos também acostumados a ver casos de violência em que não há lesões físicas. Nesse caso, não encontramos nenhuma lesão, mas não podemos dizer que não tenha nenhuma agressão", afirmou o médico.

Defesa contesta testes feitos com a denunciante

A ausência de lesão vaginal foi contestada pela defesa de Daniel Alves. Um perito forense da defesa afirmou que a falta de lesão na região da uretra não corresponde ao relato da denunciante e que isso lhe faz pensar que o "o coito não foi tão traumático". Já a psicóloga forense da defesa reiterou que os testes feitos com a vítima foram superficiais, além de apontar uma ligação maior dos sintomas com um transtorno de ansiedade em vez de estresse pós-traumático.
A defesa de Daniel Alves também ressaltou que o jogador estava embriagado na noite da possível agressão sexual contra a denunciante. Psiquiatras forenses da defesa alegam que o consumo de álcool do réu pode ter comprometido as "faculdades volitivas e cognitivas", além de "incoordenação motora" em uma pessoa que não está acostumada a uma alta ingestão de álcool.
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