Publicado 09/02/2024 15:28
Rio - Os presidentes dos clubes que integram a Libra decidiram na última quarta-feira (7) seguir em frente com as negociações com a Globo para a venda dos direitos de transmissão. A reunião foi realizada no Hotel Hilton, em São Paulo, e foi conduzida por Silvio Matos, publicitário contratado pela Codajas, empresa que representa a Libra e responsável pelas negociações com mídias e investidores, segundo o "ge".
A decisão, no entanto, é controversa e pode dificultar a unificação dos blocos. Com o prosseguimento das negociações da venda dos direitos de transmissão para a Globo, os dirigentes da Liga Forte Futebol e do Grupo União ficam pressionados. Há duas semanas, houve um encontro na sede da CBF, no Rio de Janeiro, onde foi formalizada em um memorando de entendimentos a proposta de unificação dos blocos.
Na proposta formalizada em um memorando de entendimentos para a unificação dos blocos, a negociação dos direitos de transmissão seria recomeçada com a participação de todos os 40 clubes das Séries A e B. A Globo apresentou uma proposta de R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão fixos pelos direitos de televisões aberta e fechada, mais R$ 200 milhões em mínimo garantido pelo pay-per-view, para os clubes da Libra.
Os clubes da Libra alegaram que, como já tinham uma oferta de R$ 1,3 bilhão da Globo, a unificação só faria sentido se houvesse garantia deste valor. Os investidores do Forte Futebol e Grupo União, coordenados pela Life Capital Partners (LCP), fizeram uma contraproposta garantindo aos clubes da Libra o valor de R$ 1,3 bilhão em receitas. Mas havia contrapartidas.
Na contraproposta dos investidores do Forte Futebol e Grupo União, havia uma cláusula que os clubes deveriam ganhar 30% do faturamento que superasse R$ 1,5 bilhão, além do direito de nomear a agência que faria a representação comercial. A escolha seria pela Livemode, parceira do Forte Futebol desde o início das negociações pela liga.
A decisão da Libra em seguir em frente com as negociações com a Globo frustrou os planos dos blocos pela unificação. Com o prosseguimento das negociações, os clubes dos blocos ficam em situações diferentes para o futuro. A Libra não vendeu nenhum percentual dos direitos para investidores, enquanto o Forte Futebol e Grupo União já negociaram 20%.
Em outras palavras, os clubes da Libra tem garantido R$ 1,3 bilhão da Globo por ano, sem ceder percentual nenhum a terceiros, enquanto os demais clubes dos outros blocos precisam faturar R$ 1,6 bilhão só para igualar os adversários, pois 20% do montante (equivalentes a R$ 300 milhões) precisam ser repassados anualmente aos investidores coordenados pela LCP.
Além disso, os estágios das negociações dos blocos são bastante diferentes. A Libra tem o acerto com a Globo, enquanto o Forte Futebol e Grupo União começarão a rodar o mercado em busca de propostas. A Livemode, responsável pela condução das negociações, tem sido pressionada para dar previsões mais assertivas em relação ao valor arrecadado pelos blocos.
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