Publicado 09/09/2022 13:24
O volante Patrick de Paula, que teve paralisia facial, foi cortado do jogo contra o Fortaleza, no último domingo. E, nos primeiros 15 minutos dessa mesma partida, o lateral-direito Rafael fraturou ossos da face após um choque. As lesões delicadas dos dois jogadores do Botafogo fizeram com que o clube quebrasse a lei do silêncio quando o assunto é departamento médico (DM).
Ao portal "globoesporte.com", o médico Gustavo Dutra contou que Patrick de Paula foi diagnosticado com paralisia de Bell e está com um lado da face travada, enquanto o outro funciona normalmente. Segundo o chefe do DM, essas perdas de movimento são momentâneas e, na maioria das vezes, são causadas por infecção viral, herpes simples ou herpes zoster, mas também podem ter outros motivos. Com isso, o jogador poderá retornar aos gramados em breve.
"O tratamento inicial é na emergência hospitalar para exames complementares sanguíneos e de imagem. Depois avaliação com neurologista para a gente afastar causas centrais. Em atletas mais saudáveis, mais novos, sem outras comorbidades, às vezes em 15 dias o atleta está completamente recuperado desses movimentos e dos sintomas, mas nem sempre", disse e emendou:
"Ele pode ficar de quatro a seis semanas ainda com algumas alterações de movimento, o que não contraindica de forma absoluta os treinamento em alta intensidade mas tem alguns que não suportam. Hoje o Patrick tem feito treinos na academia, não está parado. Mas treinos de campo, no sol, com desidratação e pra gerar um estresse metabólico que o treino de alta intensidade gera, isso ele ainda não está fazendo. Devemos começar esse tipo de treinamento na semana que vem", completou sobre Patrick de Paula.
Gustavo Dutra detalhou também a fratura na face de Rafael, que passou por cirurgia. O médico ainda comparou o caso com o similar de Cuesta, que também precisou de tratamento nos ossos da face e ficou um mês fora dos gramados.
"O caso do Rafael foi muito emblemático porque ele teve dois diagnósticos diferentes, mas que um foi ocasionado pelo outro. Ele teve um trauma craniofacial com uma fratura facial visível e palpável no exame físico. Então, isso já contraindica o atleta a continuar na partida. E ele teve uma concussão clássica, porque ele teve perda total de consciência imediata. Após o choque, ele desmaia. Quando eu chego pra atendê-lo ele está recobrando os sentidos. Ele conseguiu responder todos os meus questionamentos, as minhas solicitações verbais, mas eu já tinha feito o diagnóstico de concussão. esmo que não tivesse fraturado a face, teria sido retirado do jogo.", disse e contrapôs com o caso de Cuesta.
"Existem duas máscaras mais comuns. Existe uma de EVA e outra de fibra de carbono. A do Cuesta foi de EVA. Quando você coloca placa de parafuso, ou uma haste, algo assim, você está protegendo aquele osso, unindo mais, não precisa formar um calo ósseo. Você coloca uma máscara que não precisa proteger tanto o atleta e ficar tão pesada no rosto, porque a placa protege. No caso do Rafael, que você faz redução da fratura, você precisa ter essa máscara mais resistente. Você precisa de um material diferente do que vai ter do Cuesta. Elas fazem a mesma função, mas é questão da técnica cirúrgica. Temos os especialistas que fazem os moldes, que são dentistas e cirurgiões buco-maxilo-faciais. Eles fazem o molde", concluiu.
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