John Textor optou por implementar o gramado artificial no Nilton Santos no ano passadoVítor Silva / Botafogo
Publicado 07/03/2024 11:10
Rio - O gramado sintético voltou a ser pauta no Brasil e o dono da SAF do Botafogo, John Textor, saiu em defesa do campo artificial. Em reunião virtual dos clubes com a CBF na última quarta-feira, Fluminense e Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol) levantaram a ideia de vetar esse tipo de grama. O empresário americano, no entanto, defendeu seu ponto de vista e criticou o contexto atual do país.
"A saúde dos jogadores está em melhores condições no sintético. Temos uma alta qualidade que está creditada até por jogadores de outros clubes. As vezes, pessoas que nem pisam na grama ou jogam futebol falam bobagem. Eu queria que eles olhassem o sistema que nós criamos. A grama no Brasil é diferente. Olhe para todas lesões de tornozelo e nas pernas que tivemos em gramados ruins", declarou Textor.
"Se vamos jogar em campos de bezerros na liga, as pessoas devem investir em campos 80% naturais e 20% sintéticos, que é o padrão das grandes ligas no mundo", completou.
A proibição não ocorrerá no curto prazo, mas a CBF convocou a Comissão de Médicos para debater o tema com a Comissão Nacional de Clubes - eleita com Atlético-GO, Fluminense, Fortaleza, Internacional e São Paulo na Série A - e também garantiu que irá contratar consultoria internacional para estudo mais profundo do caso.

Vale lembrar que o Botafogo implementou a grama artificial no Nilton Santos em 2023. Entre as justificativas, estão a rapidez na manutenção e a realização de eventos sem danificar o campo.
John Textor criticou o posicionamento do Fluminense e da Fenapaf, mas disse que, caso seja decretado, o Botafogo acatará a grama natural a partir de 2025.
"Não critiquem nossa tentativa de tentar algo mais seguro para os jogadores. Vamos falar de elevar o nível. Querem ir para grama natural? Devemos formar a liga, oficializar um padrão, pagar e treinar árbitros. Vamos em frente. Vamos todos pagar 1.3 milhão de dólares (R$ 6,4 milhões) em cada campo, é isso que custa na Premier League", ponderou.
"O Brasil merece a qualidade dos melhores lugares do mundo, futebol é bom como em qualquer lugar do mundo. Isso pode impactar nossos shows, mas arrumaremos um jeito. Se quiserem ir para a grama natural no ano que vem, nós iremos. Não enganem, não jogaremos em campo de bezerro, não faz bem aos jogadores", finalizou.
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