Publicado 04/10/2022 19:30 | Atualizado 04/10/2022 19:33
"Não está em condições de jogo, está aquém dos jogadores da posição dele. Ficou lesionado durante algum tempo"
Essa foi a resposta de Luis Castro ao ser perguntado sobre a ausência de Patrick de Paula na lista de relacionados do Botafogo para pegar o Palmeiras, na última segunda-feira. Para muitos, as palavras do técnico foram em tom de crítica ao volante. Por outro lado, o jogador encarou com naturalidade a declaração do comandante, pois já ouviu da diretoria e do John Textor que tem a confiança de todos e não entrará em rota de colisão com a comissão portuguesa. Pelo contrário, seguirá cumprindo uma rotina intensa e de 'hora extra' para voltar ao time o quanto antes.
Para piorar a situação, Patrick de Paula ainda precisou encarar a "marcação" de uma paralisa facial (Paralisia de Bell), o que fez o volante ficar sem treinar durante um longo período, fazendo com que ele ficasse atrás, no ponto de vista físico, dos companheiros de posição.
Antes de ser diagnosticado com a doença rara, Patrick de Paula já estava investindo seu tempo (e dinheiro) para conseguir ter bom desempenho em campo. O volante, segundo fontes ouvidas pela reportagem, gasta em torno de R$ 20 mil para fazer trabalhos fora do Botafogo, como acompanhamento com nutricionista para ter a melhor forma física, profissional especialista em mobilidade, osteopata, preparação física e ainda possui um coaching mental para saber lidar com a pressão e cobranças.
A dedicação de Patrick de Paula foi valorizada pela diretoria. Em uma recente reunião entre empresários do jogador e André Mazzuco, diretor do Botafogo, os agentes ouviram que o volante está tendo um comportamento excelente dentro do clube, nada que o pudesse atrapalhar dentro de campo e que as ausências nos jogos eram por opção de Luis Castro.
O próprio jogador, após o jogo contra o Flamengo, no dia 28 de agosto, quando ficou no banco pela última vez e não foi acionado por Luis Castro, John Textor fez questão de chamar Patrick de Paula para uma conversa no CT alvinegro.
Na reunião, o investidor americano ressaltou o esforço do jogador para conseguir ter um bom desempenho. O discurso de Textor foi o mesmo de Mazzuco no encontro com os representantes dele: não estava sendo usado por uma opção técnica de Luis Castro e não porque o comportamento era duvidoso.
Então, preocupado com Patrick de Paula, que custou cerca de 33 milhões de reais aos cofres do Botafogo, John Textor disse, olhando no olho do atleta, que o esforço estava sendo reconhecido pela diretoria e pediu para ele continuar se dedicando no dia a dia.
Porém, poucos dias depois, Patrick foi diagnosticado com a paralisa facial e precisou ficar sem treinar com o grupo. Recuperado, ele voltou às atividades há uma semana e agora trabalha forte para voltar a ser relacionado o quanto antes e, em seguida, buscar um espaço no time titular.
Desde que chegou ao Botafogo, Patrick de Paula disputou 17 jogos e marcou dois gols. Por carregar o status de contratação mais cara da história do clube, o volante é obrado para ter desempenho melhor com a camisa alvinegra. O vínculo do volante com o clube vai até dezembro de 2026.
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