Publicado 07/07/2024 08:00 | Atualizado 08/07/2024 09:11
A lista de ídolos do Botafogo é extensa. Foram muitos craques que vestiram o manto do Glorioso ao longo dos 120 anos de futebol. Um desses jogadores, iluminado pelo facho de luz da estrela solitária, é Carlos Roberto, campeão dentro e fora de campo pela equipe de General Severiano.
PublicidadeO clássico meio-campista das décadas de 1960 e 1970 está na história do clube por diversos motivos: figura entre os 10 que mais vestiram a camisa do Botafogo, com 442 jogos; foi bicampeão da Taça Guanabara e do Carioca de 1967 e 1968, o famoso "bi-bi", venceu a Taça Brasil de 1968; além de ter dirigido o time campeão estadual de 2006. Título como técnico e jogador é para poucos, apenas ele e Zagallo.
"Isso representa muito. É meu clube do coração, foi onde eu comecei desde a escolinha. E, na verdade, acredito que tenha sido mais partidas. Joguei no aspirante, juvenil, infantojuvenil, muitos dados se perderam com a mudança General Severiano para Marechal Hermes", conta Carlos Roberto, que ainda diz que foi o atleta que mais atuou no Maracanã com a camisa do Botafogo, com 250 jogos, quatro a mais do que Nilton Santos. Foi a realização de um sonho jogar no estádio mais famoso do mundo. “Era emocionante entrar no Maracanã lotado. Eram 170 mil pagantes", lembra.
Queria jogar
Carlos Roberto era um meio-campista técnico, mas que também sabia marcar. Nos 10 anos em que atuou pelo Glorioso, ele lembra que sempre queria jogar e que a disputa pela posição era intensa.
"Um troféu que tenho comigo, nos 10 anos no profissional, eu nunca fui reserva e falo isso com orgulho. Até porque era muito difícil antigamente. Cada posição tinha quatro ou cinco jogadores maravilhosos. Se você se machucasse, poderia perder a posição. A gente jogava sempre", recorda.
"É curioso que os jogadores hoje em dia jogam duas partidas e precisam descansar. Vai falar em descanso para os jogadores de antigamente. O time mantinha a mesma formação. Ninguém se machucava ou cansava. Quando o treinador falava que ia poupar alguém, ninguém queria. Era o medo de perder a vaga."
Deixou o gramado para vencer fora dele
Uma marca e um orgulho do torcedor botafoguense dizem respeito à Seleção Brasileira. Até hoje, o Alvinegro é o clube que mais cedeu jogadores para o time nacional em Copas do Mundo: foram 47. No entanto, o último foi o goleiro Jefferson, em 2014. Carlos Roberto falou sobre o tema. Ele vestiu a amarelinha no final da década de 1960 e esteve na lista de 40 jogadores para o Mundial de 1970.
"Há quantos anos o Botafogo praticamente não revela ninguém?", questiona. "Revela, mas não emplaca no time de cima. Não dá para entender. O Botafogo sempre foi um clube formador de grande jogadores, que, posteriormente, iam para a Seleção. Hoje, dificilmente temos esse jogador", complementa..
Após 19 anos atuando e tendo passado também por Santos, Athletico-PR, Fluminense, Bangu, CSA e Bonsucesso, Carlos Roberto foi parar no banco de reservas, mas para ser treinador. O início foi no Bonsucesso, em 1982, passou também por Madureira, Bangu, Americano, o próprio Botafogo e, em seguida, despertou interesse dos mundos árabe e asiático. Ficou mais de 20 anos fora, com curtas passagens pelo futebol brasileiro. Depois de um convite do Glorioso, assumiu a equipe no final de 2005.
"Saiu o Celso Roth e eu entrei. Graças a Deus conseguimos a Taça Guanabara e o Campeonato Carioca, coisa que o Botafogo não ganhava há nove anos. Era um time bom, mas precisava de algumas peças para o Brasileiro", diz. "Mas tive essa felicidade de ser campeão como jogador e treinador", completa, ao lembrar o feito que só o Velho Lobo tinha realizado.
O ídolo alvinegro falou da diferença de ser campeão jogando e treinando. "É muito mais gostoso como atleta. Como treinador, claro, você depende dos jogadores. Atuando, a gente depende do time, mas tem a parte individual, cada um faz a sua parte e traz para o coletivo," finaliza. Hoje em dia, Carlos Roberto é empresário.
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