Publicado 20/11/2022 08:00
A Copa do Mundo de 2022, que começa neste domingo (20) com a partida de abertura entre Catar e Equador, às 13h no Al Bayt Stadium, é a primeira edição a ser realizada no fim do ano. Fazer os jogos serem disputados no inverno do país do Oriente Médio foi a solução encontrada para diminuir os efeitos do forte calor, o que também proporcionará um cenário inédito em uma Copa.
Afinal, a maior parte dos jogadores atua na Europa, o que significa que estarão no meio da temporada. Na teoria isso pode proporcionar melhor condição física e uma maior competitividade em campo. Por outro lado, o calendário apertado também trouxe problemas, com muitos jogos em sequência gerando lesões nos clubes, e que acabaram tirando grandes nomes do torneio, como o francês Kanté e o senegalês Mané.
Apesar da maratona desgastante, a tendência é que os jogadores atuem no Catar em melhores condições físicas do que em Copas anteriores, disputadas em fim de temporada.
"De forma geral, o jogador chega num nível melhor. Obviamente, no fim de uma temporada inteira, quem é titular e joga muito, está num nível de desgaste maior. Mas não é regra. Existe variação de estresse físico e mental entre os jogadores. Se não se machucou, provavelmente chega num nível melhor, esportivamente e fisicamente, para a Copa do Mundo", explica o fisiologista do Fluminense, Juliano Spineti, que faz a ressalva.
"A outra ponta é que, se houve congestionamento dos jogos, pode aumentar o risco de lesão nos clubes antes da Copa. Existem jogadores com lesões próximas à Copa, outros que vão ficar fora e mais os que se recuperam muito perto da competição. Entretanto, não vejo que o fato de ter mais jogos em sequência (no calendário dos clubes) influenciará no aumento do risco de lesão durante a Copa".
Cuidados com o clima
O maior desafio no Catar será o forte calor, mesmo no inverno, assim como a alta umidade do ar. Nos últimos dias, os termômetros chegaram a 33º durante o dia. Situação que precisará de administração das comissões técnicas.
Nas partidas, entretanto, os jogadores ficarão mais à vontade, com a climatização dos estádios com sistemas de ar frio, que ajudarão a baixar a temperatura. Já os treinos são um desafio, pois os campos são em locais abertos e não têm a mesma estrutura de refrigeração.
Nesta semana de preparação, os jogadores da Inglaterra sofreram muito com o calor. Em vídeo divulgado pela federação inglesa, eles buscam se refrescar no ventilador à beira do gramado, aparentando grande desgaste. Uma das soluções que muitas seleções encontraram são os treinos à noite, quando a temperatura cai em torno de 21º.
"Acho que a principal dificuldade será o calor, sem dúvida. Tanto é que a competição será disputada no período de inverno, o que poderá amenizar um pouco. Mas acredito que não teremos tantas dificuldades por já estarmos acostumados com o calor", afirmou Everton Ribeiro, da Seleção e do Flamengo, que jogou três anos no Al Ahli, dos Emirados Árabes, também no Oriente Médio.
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