Publicado 05/03/2024 05:40
A falta de resultados no futebol em 2023, fizeram a credibilidade de uma gestão que até então batia recordes de títulos no Flamengo cair. Junto a falta de títulos vieram ainda os problemas extra-campo que expuseram de forma mais letal a falta de comando e de pulso sobre a principal pasta do Flamengo, o futebol.
Brigas entre jogadores (caso de Gerson com Varela), o soco do preparador físico de Sampaoli em Pedro, discussões ásperas entre dirigentes e jogadores (Marcos Braz x Gabigol), agressão de dirigente a torcedor, fizeram com que Rodolfo Landim ficasse exposto como mandatário sem pulso e sem controle, o que lhe rendeu críticas internas e a perda de aliados poderosos para conseguir fazer seu sucessor no fim do ano.
Com tamanha fragilidade política, Landim precisou se aliar àquilo que veio combatendo desde 2013, quando ingressou no Flamengo através da famosa Chapa Azul e aos poucos foi trazendo de volta, nomes que a torcida rubro-negra esperava não ouvir mais relacionados ao clube.
Logo na sua primeira reeleição, Landim voltou a se aproximar de Patricia Amorim. A ex-presidente do Flamengo, foi derrotada pela então Chapa Azul original em 2013 e desde então vem lutando para reestabelecer seu poder político, agindo principalmente com o apoio de sua base que vem dos esportes olímpicos.
Recentemente, o vice-presidente de embaixadas e consulados, Maurício Gomes de Mattos, o diretor de relações externas, Cacau Cotta e o vice-presidente geral do clube, Rodrigo Dunshee, sentaram-se à mesa com o marido de Patrícia Amorim e outros membros políticos do clube.
E posterior a este encontro, já nesta segunda-feira (04), Rodolfo Landim trocou o vice-presidente de esportes olímpicos, o controverso Guilherme Kroll, por uma indicação direta de Patrícia Amorim. O que mostrou que a luta de Patrícia para retomada de poder funcionou.
Patrícia Amorim teve uma gestão desastrosa enquanto presidente do clube. Escândalos envolvendo os valores milionários devidos a Ronaldinho Gaúcho, que culminou, na ida de Assis, irmão e empresário do atleta a lojas do Flamengo fazendo retiradas de material esportivo com a desculpa da falta de pagamento, a contratação de Vágner Love por valores exorbitantes, que obrigaram a gestão de Eduardo Bandeira de Melo a se desfazer do jogador, a matéria da revista Veja sobre o enriquecimento descomunal da mandatária enquanto presidente do clube, foram apenas algumas das muitas bizarrices de sua gestão.
A gestão de Patrícia Amorim ainda reservava mais um capítulo trágico para a história do clube. O episódio envolvendo Zico e denúncias sobre práticas empresariais dentro do Flamengo.
Zico se sentiu traído e acusou a mandatária de não te-lo deixado se defender das acusações do conselho fiscal do Flamengo.
“É inadmissível o que aconteceu. O que fizeram foi uma traição muito grande sobre uma coisa que não existe. O presidente do conselho [fiscal] vai na imprensa para falar de você, dos seus filhos e depois diz que suas declarações foram deturpadas”, reclamou Zico em entrevista ao Sportv.
“Eu não assinei a parceria que foi feita com o CFZ. Não fiz o contrato, quem assinou foi a Patricia [Amorim]. Não existia nada de ilegal na parceria”, argumentou.
“Acho que a Patricia não soube me defender. Era um assunto no qual ela deveria ter tomado a frente e não tomou. Fiz questão de ir ao conselho, mas ela me negou isso. Não me proibiu, mas mandou outra pessoa lá no dia em que eu queria ir. Eu poderia esclarecer tudo de maneira muito fácil”, emendou Zico.
“Acho que a Patricia não soube me defender. Era um assunto no qual ela deveria ter tomado a frente e não tomou. Fiz questão de ir ao conselho, mas ela me negou isso. Não me proibiu, mas mandou outra pessoa lá no dia em que eu queria ir. Eu poderia esclarecer tudo de maneira muito fácil”, emendou Zico.
Em seus últimos meses como presidente do Flamengo, Landim parece não se importar mais com as velhas práticas políticas as quais, até pouco tempo, se comprometia em combater dentro do clube para conseguir fazer o seu sucessor.
Sem os apoios de Wallin Vasconcelos e Luis Eduardo Baptista - o BAP, que podem inclusive concorrer a eleição no Flamengo fazendo oposição a Landim, o atual presidente rubro-negro vai procurando apoio onde quer que ele possa encontrar.
Sem os apoios de Wallin Vasconcelos e Luis Eduardo Baptista - o BAP, que podem inclusive concorrer a eleição no Flamengo fazendo oposição a Landim, o atual presidente rubro-negro vai procurando apoio onde quer que ele possa encontrar.
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