Publicado 09/08/2024 14:24 | Atualizado 12/08/2024 10:53
Em meados de 2023, uma série de twits atacando o ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello foram feitos por um perfil fake de nome Roberto Dodien.
Um destes twits apareceu originalmente no perfil do vice-presidente do Flamengo, Rodrigo Dunshee, sendo apagado e logo em seguida reaparecendo no perfil de Roberto Dodien, levando vários torcedores rubro-negros a comentarem tal coincidência.
PublicidadeUm destes twits apareceu originalmente no perfil do vice-presidente do Flamengo, Rodrigo Dunshee, sendo apagado e logo em seguida reaparecendo no perfil de Roberto Dodien, levando vários torcedores rubro-negros a comentarem tal coincidência.
A partir daí Eduardo Bandeira de Mello entrou com um processo que visa identificar inicialmente o autor das postagens para que posteriormente as medidas cabíveis e legais sejam tomadas.
Neste ponto da investigação, o Ministério Público do Rio de Janeiro destacou que já há indícios sobre quem estaria por trás do perfil fake que atacou o ex-presidente rubro-negro:
"Há justa causa para a manutenção da presente investigação, eis que a materialidade delitiva restou evidenciada pelo ofendido ao apresentar imagens das publicações postadas na rede social Twitter, pelas quais foram proferidas ofensas a sua honra, sendo certo que os fatos foram cometidos pela rede mundial de computadores, logo, as provas apresentadas são compatíveis e adequadas à demonstração de indícios suficientes da ocorrência do delito", disse o promotor Alexandre Graça.
Tais indícios apontam supostamente para o vice-presidente geral do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, que se manifestou através de sua defesa, dizendo: "Ante a certeza de que não será possível obter a informação sobre a porta lógica do usuário, e como o próprio noticiante reconhece que ‘a identificação precisa do usuário depende de ser informado à operadora o número da porta lógica’, daí resulta a segura conclusão de que jamais haverá base probatória mínima para eventual futura ação penal privada, de modo a tornar pertinente o indeferimento de novas medidas de quebra de sigilo de dados no curso da presente investigação".
Dunshee, candidato da situação à presidência do Flamengo, pode ter sua candidatura cassada se realmente for comprovado ser de sua autoria o perfil fake que atacou Bandeira de Mello, entre outros.
Isso porque a partir da comprovação da autoria das mensagens difamatórias no Twitter através do perfil de Roberto Dodien, Dunshee passaria a responder a este processo e segundo o artigo 154, parágrafo I, o candidato tem que apresentar certidões dos distribuidores cíveis, criminais, interdições e tutelas, das Fazendas Públicas Federal, Estadual e Municipal, Justiça Eleitoral, Trabalhista e débito INSS, ou outras que venham a lhe substituir.
Ou seja, como Dunshee, caso comprovado pelo MPRJ, teria o apontamento relativo ao processo, "Roberto Dodien" seria chamado pela comissão permanente eleitoral para prestar esclarecimentos e poderia então ter sua candidatura impugnada.
Vale lembrar que a comissão eleitoral permanente é formada pelo presidente do Conselho Administrativo do clube, atualmente Luis Eduardo Baptista, o BAP, que também é candidato a presidência do Flamengo e principal rival de Dunshee no pleito.
Através de seus advogados, o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello se pronunciou sobre a condução das investigações e sobre a manifestação de Dunshee.
Confira a nota na íntegra:
Desde o início das investigações a Vítima, o Deputado Federal Eduardo Carvalho Bandeira de Mello, tem buscado descobrir quem é o autor das ofensas criminosas que lhe atingiram.
O Ex-presidente do Flamengo nunca apontou suspeitas sobre qualquer pessoa, motivo pelo qual tem se empenhado em descobrir a autoria do crime que é fato notório, com sua materialidade inquestionável, até porque há as URLs das postagens e os dados foram preservados por requisição do Dr. Delegado da DRCI e sua equipe.
Desse modo, chega a ser risível que num país em que se acusa a polícia de não investigar, alguém que nem figura como autor do crime, mas mera testemunha, tenha tanto interesse em que o inquérito seja encerrado sem que se saiba quem fez as postagens criminosas, foge de prestar depoimento como testemunha e faz acusações graves contra a Vítima, o Delegado e até ao Ministério Publico.
Se alguém está politizando uma questão criminal, não é o Deputado Bandeira de Mello, mas quem tenta ofuscar o trabalho exemplar da investigação, por interesses políticos pessoais.
É bem provável que o Ministério Público tenha se manifestado pelo prosseguimento das investigações porque, além de ser necessário se descobrir o criminoso, não é cabível que uma testemunha se apresente com tanto interesse no encerramento das investigações. Thiago Costa Strauch e Cleber Carvalho Rumbelsperger, advogados de defesa de Eduardo Bandeira de Melo
Desse modo, chega a ser risível que num país em que se acusa a polícia de não investigar, alguém que nem figura como autor do crime, mas mera testemunha, tenha tanto interesse em que o inquérito seja encerrado sem que se saiba quem fez as postagens criminosas, foge de prestar depoimento como testemunha e faz acusações graves contra a Vítima, o Delegado e até ao Ministério Publico.
Se alguém está politizando uma questão criminal, não é o Deputado Bandeira de Mello, mas quem tenta ofuscar o trabalho exemplar da investigação, por interesses políticos pessoais.
É bem provável que o Ministério Público tenha se manifestado pelo prosseguimento das investigações porque, além de ser necessário se descobrir o criminoso, não é cabível que uma testemunha se apresente com tanto interesse no encerramento das investigações. Thiago Costa Strauch e Cleber Carvalho Rumbelsperger, advogados de defesa de Eduardo Bandeira de Melo
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