Publicado 09/09/2022 15:34
Rio - Em agosto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realizou o primeiro Seminário de Combate ao Racismo e Violência no Futebol. Durante o evento, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, propôs que clubes perdessem pontos por atos racistas. Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, explicou porque não concorda.
Apesar de exaltar a importância do evento realizado pela CBF, Landim confirmou que prefere não misturar aspecto técnico com problemas extra-campo. Para o presidente do Flamengo, o assunto também é passível de infiltração de terceiros, que procuram prejudicar os clubes envolvidos.
"Em primeiro lugar, eu quero parabenizar a CBF e o presidente pela iniciativa de colocar esse tema em discussão. Esse tema é tão importante e tão profundo para nós do Flamengo, que o Flamengo tinha um jogo contra o São Paulo, e eu fiz questão de ficar lá na CBF e assistir ao seminário inteiro. E não fui ao jogo por causa disso. Eu acho que era importante a presença do Flamengo para demonstrar o quão importante eu acho que é a gente se engajar nessa luta", inicou Landim.
"Dito isto, o presidente Ednaldo lançou essa ideia. Estou falando aqui como presidente do Flamengo, não gosto de você misturar aspectos técnicos com problemas como esse, que são problemas extra-campo. Eu, particularmente, acho que perda de pontos é algo que não deveria ocorrer. Eu acho que tem várias maneiras de você punir as pessoas. Lá no seminário, com a presença do presidente do senado, Rodrigo Pacheco, acho que ele foi muito feliz na apresentação dele. Falou o seguinte: 'Primeiro a gente precisa criar, de fato, um marco legal no país e que esse marco legal seja respeitado, para que de fato as coisas possam acontecer'", prosseguiu, antes de finalizar:
"Eu acho que você, vamos dizer assim, responsabilizar uma equipe por um ato de uma pessoa, de um torcedor, fazer com ela perca pontos, eu acho que é difícil. Até porque amanhã ou depois uma torcida pode pegar uma camisa de um jogador de outro time e se infiltrar na torcida adversária e fazer para que a outra equipe perca pontos, entendeu? Naturalmente, tenho um pouco de reação a esse aspecto especifico da perda de pontos, mas a discussão, vamos dizer assim, de como isso deve ser tratado, de discutir penalidades, que sejam penalidades financeiras, que sejam perdas de mando de campo, tudo isso, mas influir no resultado de dentro do campo, aí eu acho que é um pouco demais na minha percepção", concluiu, em entrevista à ESPN.
O posicionamento de Landim não é o que Ednaldo Rodrigues quer para o futebol nacional, mas segue a linha defendida pelos clubes. Tanto que, no evento, apenas Vasco e Bahia não se opuseram à proposta do presidente da CBF, que vê a questão como única solução para a extinção do racismo nos estádios.
"Acredito que somente com pena desportiva diretamente ao clube o racismo e o preconceito deixarão o futebol. Sou democrático e quero que essa pena seja discutida no tribunal. Vou propor para que o time perca ao menos um ponto na competição. Em campeonatos disputados, como o Brasileiro, isso pode decidir um título, uma vaga em competição e até um rebaixamento", frisou Ednaldo.
Flamengo e Corinthians foram alvo de casos de racismo recentemente, quando disputavam a Libertadores deste ano. Em competições nacionais, o Grêmio foi eliminado da Copa do Brasil 2014, pelo "Caso Aranha", enquanto o Brusque escapou de perdeu três pontos após ter um dirigente acusado de injúria por Celsinho, do Londrina.
"Dito isto, o presidente Ednaldo lançou essa ideia. Estou falando aqui como presidente do Flamengo, não gosto de você misturar aspectos técnicos com problemas como esse, que são problemas extra-campo. Eu, particularmente, acho que perda de pontos é algo que não deveria ocorrer. Eu acho que tem várias maneiras de você punir as pessoas. Lá no seminário, com a presença do presidente do senado, Rodrigo Pacheco, acho que ele foi muito feliz na apresentação dele. Falou o seguinte: 'Primeiro a gente precisa criar, de fato, um marco legal no país e que esse marco legal seja respeitado, para que de fato as coisas possam acontecer'", prosseguiu, antes de finalizar:
"Eu acho que você, vamos dizer assim, responsabilizar uma equipe por um ato de uma pessoa, de um torcedor, fazer com ela perca pontos, eu acho que é difícil. Até porque amanhã ou depois uma torcida pode pegar uma camisa de um jogador de outro time e se infiltrar na torcida adversária e fazer para que a outra equipe perca pontos, entendeu? Naturalmente, tenho um pouco de reação a esse aspecto especifico da perda de pontos, mas a discussão, vamos dizer assim, de como isso deve ser tratado, de discutir penalidades, que sejam penalidades financeiras, que sejam perdas de mando de campo, tudo isso, mas influir no resultado de dentro do campo, aí eu acho que é um pouco demais na minha percepção", concluiu, em entrevista à ESPN.
O posicionamento de Landim não é o que Ednaldo Rodrigues quer para o futebol nacional, mas segue a linha defendida pelos clubes. Tanto que, no evento, apenas Vasco e Bahia não se opuseram à proposta do presidente da CBF, que vê a questão como única solução para a extinção do racismo nos estádios.
"Acredito que somente com pena desportiva diretamente ao clube o racismo e o preconceito deixarão o futebol. Sou democrático e quero que essa pena seja discutida no tribunal. Vou propor para que o time perca ao menos um ponto na competição. Em campeonatos disputados, como o Brasileiro, isso pode decidir um título, uma vaga em competição e até um rebaixamento", frisou Ednaldo.
Flamengo e Corinthians foram alvo de casos de racismo recentemente, quando disputavam a Libertadores deste ano. Em competições nacionais, o Grêmio foi eliminado da Copa do Brasil 2014, pelo "Caso Aranha", enquanto o Brusque escapou de perdeu três pontos após ter um dirigente acusado de injúria por Celsinho, do Londrina.
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