Rodolfo Landim está sendo criticado por possível aumento no tempo de seu mandatoAlexandre Vidal/Flamengo
Publicado 21/03/2023 17:25
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Rio - A movimentação pela alteração na duração do mandato presidencial do Flamengo foi intensificada, e a medida, que teria efeito imediato mantendo Rodolfo Landim no cargo por mais um ano, até o fim de 2025, não é bem vista pelos demais candidatos que concorreram na última eleição. À época, o atual mandatário foi reeleito para o segundo e último triênio permitido pelo estatuto do Flamengo.
Ricardo Hinrichsen, um dos opositores a Landim no último pleito, falou ao LANCE! sobre a possibilidade. Para ele, a chance de uma ampliação no tempo do mandato iria contra o regimento estabelecido no estatuto, o que chamou de "verdadeiro golpe".
"O atual presidente já foi reeleito. Está no segundo mandato. Portanto, caso isso seja aprovado, ele não teria apenas dois mandatos, como ficaria sete anos no poder. Isso é absolutamente imoral. Vejo isso como um golpe no processo eleitoral no Flamengo. Lamentável que esse tipo de casuísmo seja levantado neste momento. Não entendo porque alguém iria querer rasgar o estatuto do clube e efetuar esse verdadeiro golpe contra a democracia rubro-negra", afirmou Ricardo Hinrichsen..
Outro opositor que participou do último pleito e lamentou a possibilidade foi Walter Moteiro, à época candidato pela Chapa Ouro. Apesar de contrário a ideia, Monteiro admitiu que existe a possibilidade da aprovação por parte dos conselheiros do clube, principalmente pelo poder de influência exercido pelo atual presidente.
"Só posso lamentar, mas não é nenhuma surpresa, é uma conversa que já se ouvia abertamente nos bastidores. Não estou certo de que a proposição atende plenamente a regulação dos clubes de futebol (Lei Pelé e Lei do Profut), mas colocando a questão legal à parte, internamente é possível que seja aprovada sim. Landim controla amplamente os conselhos do clube. É mais um sintoma do sufocamento da democracia no clube", avaliou
Rodolfo Landim já admitiu que "já conversou superficialmente com outros conselheiros sobre o assunto", mas que não tinha conhecimento sobre iniciativa junto ao Conselho Deliberativo.

Procurado pelo LANCE!, Marco Aurélio Asseff preferiu por não se posicionar sobre o assunto. Vale destacar que, na última segunda-feira, o Conselho Deliberativo manteve a decisão de punir o advogado, que recorreu após ser suspenso por 120 dias por divulgar uma foto do presidente do CoDe, Antônio Alcides, supostamente ingerindo bebida alcóolica antes de presidir uma sessão.

Desta forma, o advogado está inelegível para a próxima eleição do Flamengo que, a princípio, será em 2024. Asseff foi o segundo colocado na últime eleição, com 284 votos, a qual foi vencida com ampla maioria por Rodolfo Landim, da Chapa Roxa, que recebeu 1.301 votos de um total de 2011.

OS PRÓXIMOS PASSOS

Para sair do "campo das ideias", é preciso que a proposta de emenda que altera o tempo de mandato presidencial seja apresentada por um grupo de conselheiros (com, no mínimo, 50 assinaturas) ou por um presidente de um dos poderes do clube. Assim, a proposta será encaminhada ao Conselho Deliberativo e à Comissão de Estatuto antes de ser votada em Plenário.
A alteração na duração de mandato presidencial é um debate antigo na Gávea. Na visão de Ricardo Hinrichsen, o mérito da emenda é positivo, uma vez que impediria a reeleição e medidas eleitoreiras do mandatário em primeiro mandato. O problema, portanto, está no contexto na qual está inserida.

"Essa emenda que existe há algum tempo, de substituir o mandato da presidência do Flamengo de três anos, com a possibilidade de reeleição por mais três anos, por um mandato único de quatro anos tem originalmente, por objetivo, impedir que o presidente se veja constrangido em um primeiro mandato a tomar medidas eleitoreiras, que garantam sua reeleição para um segundo mandato, medidas que não sejam do interesse do Flamengo. Esse é o mérito da emenda, e acho bastante positiva. Uma visão moderna, sem reeleição", complementou Hinrichsen.
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