Com Sampaoli, Flamengo tenta esquecer últimos técnicos estrangeiros

Em nova tentativa do Flamengo de fazer um técnico estrangeiro emplacar desde o sucesso com Jorge Jesus, Jorge Sampaoli estreia no comando da equipe contra o Ñublense, do Chile, nesta quarta-feira (18) às 21h30, no Maracanã. Ao contrário de seus antecessores, o argentino tem o trunfo de já conhecer o futebol brasileiro por mais tempo para não repetir o fracasso deles.

Dos quatro técnicos estrangeiros que foram contratados pelo Rubro-Negro desde 2019, apenas Jorge Jesus foi campeão, enquanto Vítor Pereira, Paulo Souza e Domènec Torrent têm, juntos, média de apenas quatro meses e meio de trabalho antes de serem demitidos.

Aposta da diretoria em meio à pouca opção de técnicos brasileiros com bons trabalhos em 2019, Jesus virou ídolo da torcida do Flamengo não apenas pelos títulos do Brasileirão, da Libertadores, daquele ano, e da Supercopa, da Recopa e do Carioca, em 2020. Também pelo desempenho de sua equipe, que era muito superior aos adversários.

O português teve 81,2% de aproveitamento e apenas quatro derrotas em 57 jogos, durante um ano de trabalho. Desde então, a diretoria do Flamengo busca por um novo período avassalador com um técnico estrangeiro, mas sem sucesso. Pelo contrário.

Para substituir o português, o catalão Domènec Torrent foi o escolhido no meio de 2020 e durou apenas três meses. Voltou para a Europa com apenas 23 jogos (ficou fora de três por causa da Covid-19) e com a maior goleada sofrida pelo Flamengo na Libertadores: 5 a 0 para o Independiente del Valle, em Quito.

Após ser campeão Brasileiro e do Carioca de 2020 com Rogério Ceni, e perder a final da Libertadores de 2021 com Renato Gaúcho, o Rubro-Negro resolveu apostar em um português em 2022, na tentativa de ter o mesmo sucesso que Jesus. Entretanto, Paulo Sousa durou seis meses ou 32 jogos, perdeu o Carioca para o Fluminense e saiu sob muitas críticas pelas atuações de sua equipe.

Dorival Júnior então assumiu e levou a Libertadores e a Copa do Brasil do ano passado, mas não renovou porque o Flamengo quis apostar em outro português, Vítor Pereira, que estava no Corinthians. E a decepção com um técnico estrangeiro voltou a se repetir. Foram cinco títulos perdidos (Mundial de Clubes, Supercopa, Recopa, Taça Guanabara, Carioca), um time que jogava muito mal e apenas 18 jogos e quatro meses de muita contestação.

Agora é a vez de Sampaoli tentar uma história diferente. Resta saber se terá tempo suficiente para fazer um trabalho vencedor em meio a uma maratona de jogos, poucos treinos e paciência pequena para falta de resultados.

- Jorge Jesus - 81,2% de aproveitamento
57 jogos, 43 vitórias, 10 empates, 4 derrotas, 129 gols marcados e 47 gols sofridos

- Domènec Torrente - 62,3% de aproveitamento
23 jogos, 13 vitórias, 4 empates, 6 derrotas, 39 gols marcados e 36 gols sofridos

- Paulo Sousa - 66,6% de aproveitamento
32 jogos, 19 vitórias, 7 empates, 6 derrotas, 59 gols marcados e 29 gols sofridos

- Vítor Pereira - 57,4% de aproveitamento
18 jogos, 10 vitórias, 1 empate, 7 derrotas, 36 gols marcados e 34 gols sofridos