Publicado 22/12/2023 09:00
Arábia Saudita - O dia da grande final do Mundial de Clubes 2023 acontecerá nesta sexta-feira, 22, justamente um dia de trabalho para milhões de brasileiros. Nesse sentido, o jornal O Dia conversou com torcedores do Fluminense, que terão de se concentrar no expediente e, ao mesmo tempo, tentarão acompanhar o jogo histórico do time de coração.
"Sem o jogo seria uma sexta-feira tranquila, como sempre. No entanto, antes do Mundial começar eu já sabia que a final seria na sexta e no horário que eu estaria trabalhando. Vai ser difícil de se concentrar completamente no serviço, pois se trata de uma final de Mundial e é o jogo mais importante da história do Fluminense. Então, vai ser um privilégio acompanhar esse momento mesmo estando trabalhando", contou o Técnico Eletromecânico João Victor Franco, de 22 anos.
João contou que até chegou a pensar em pedir folga no trabalho, mas acredita que as chances são mínimas e desistiu da ideia. Assim, ele explicou como fará para tentar assistir à final.
"Mesmo se eu conseguisse a liberação, talvez não fosse num horário tão bom e eu poderia acabar de tentar ver o jogo no transporte público lotado. Na semifinal contra o Al Ahly, eu consegui arrumar uma maneira de ver o jogo. No setor técnico da empresa, na qual trabalho, tem um colega tricolor e através do notebook colocamos para ver o jogo. Na final pretendemos fazer novamente para acompanhar essa grande final e torcer para o Fluminense", contou João.
Quem também trabalhará durante o jogo é o comerciante Raphael Basílio, de 35 anos, que é dono de uma petshop. Ele não escondeu o nervosíssimo e explicou como a sexta-feira deve correr.
"Vai ser complicado. Já estou nervoso, estou tenso, ansioso para a partida. Meus clientes, na sua grande maioria, sabem que sou tricolor. Eles mesmo estavam achando que eu não iria abrir a loja, fechar a loja na metade do dia. Mas disse que não tem nada a ver. A loja vai funcionar normal porque temos compromisso com o cliente do banho e tosa. Já está tudo agendado. Natal é época que bomba, a agenda está corrida, estamos chegando mais cedo e saindo mais tarde. Essas duas/três horas de partida são fundamentais no decorrer do trabalho. Vai ser um dia complicado, bem agitado e com certeza muito corrido", disse Raphael.
Assim como João, Raphael buscará conciliar o jogo com o trabalho. O expediente, claro, será a prioridade.
"Se aparecer um cliente na hora do jogo, vou ter que atender, mas vou estar ligado no celular. Também vou tentar acompanhar pela loja vizinha aqui da minha. Eles têm uma televisão e vão acompanhar o jogo. Vou acompanhar junto com eles. Se chegar algum cliente, vou largar o jogo para poder estar trabalhando".
Sobre a decisão, João mostra confiança e mantém os pés no chão. Ele destacou o favoritismo do Manchester City, mas pontuou que tudo é possível no futebol. O torcedor também lembrou da história do clube e o que foi feito neste ano para provar que "o impossível é só questão de opinião".
"Estou confiante que o Fluminense vai conseguir ser competitivo. Sabemos que o favorito é o City, em razão de ter um time tecnicamente melhor. Eles jogam na melhor liga do mundo, tem o melhor treinador do século XXI e um grande investimento. No entanto, no futebol tudo é possível. Fluminense demonstrou ao longo desse ano e de sua história, que o impossível é só questão de opinião. Ninguém acreditava que o Fluminense daria a volta por cima depois de ir para Série C. Muitos duvidaram da gente reverter a vantagem do Flamengo na final do Carioca desse ano, além de terem desacreditado do Fluminense na Libertadores. Conseguimos e provamos o tamanho desse clube. Então, eu acredito mesmo sabendo da enorme dificuldade que será", afirmou João.
Raphael também mostrou confiança. De acordo com ele, se há um futebol que pode surpreender o Manchester City, é o futebol do Fluminense.
"É uma partida que vou acompanhar relaxado, tranquilo, sabendo que o Fluminense está dando o seu melhor. A gente tem tudo também para beliscar. Se tem um futebol que é diferente no mundo e pode competir com o Manchester City, é o do Fluminense. Se a gente pode ter uma surpresa, somente do Fluminense. Estou confiante. Tenho certeza que no final da partida sairemos campeões".
E se o Fluminense for campeão? Nesse cenário dos sonhos, João não teria que se preocupar. Isso porque a decisão deve terminar juntamente no fim do expediente.
E se o Fluminense for campeão? Nesse cenário dos sonhos, João não teria que se preocupar. Isso porque a decisão deve terminar juntamente no fim do expediente.
"Eu saio do trabalho, às 17h. Se o jogo não tiver prorrogação e o Fluminense for campeão no tempo normal, aí é loucura total. É sair e ir direto para Laranjeiras comemorar. A libertadores já foi grandiosa, em razão da representatividade do título e por enterrar 2008. O Mundial seria mais espetacular ainda. Com certeza, a torcida tricolor pararia o Rio de Janeiro. Sabemos que será muito difícil, mas sonhar é grátis", disse João.
Para Raphael, o cenário não seria o mesmo. A loja fechará somente horas após a partida. Portanto, ainda terá que continuar o trabalho até poder ficar livre para celebrar o título de campeão do mundo.
"A gente só fecha a loja às 20h/20h30. Só vou poder comemorar tranquilo, celebrar tomando minha cerveja depois desse horário. Mas eu vou continuar trabalhando e comemorar depois do expediente, contou Raphael".
*Reportagem de João Alexandre Borges e do estagiário Matheus Mattos.
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