Marcos Candido de Brito foi um dos quatro eleitos para integrar o grupo do Conselho Executivo (Foto: COB)
Publicado 28/11/2023 09:00 | Atualizado 28/11/2023 12:24
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Criada pelos dissidentes da Associação Internacional de Boxe (IBA) para evitar que o boxe ficasse de fora das olimpíadas, a World Boxing (WB) elegeu um brasileiro como conselheiro em eleições realizadas na semana passada. Presidente da Confederação Brasileira de Boxe, Marcos Candido de Brito foi um dos quatro eleitos para integrar o grupo do Conselho Executivo. Este primeiro mandato é de dois anos.

"Um dos pilares da minha administração é colocar o Brasil dentro das decisões estratégicas do boxe. Não somos bons apenas em termos competitivos, que é um outro pilar que já conseguimos atingir. Mas poder participar do pensamento, das decisões, das estratégias, e poder oferecer sugestões de melhoria ao boxe internacional é alvo de objetivo de minha gestão. Estar no Conselho Executivo significa isso", explicou o dirigente brasileiro.

Além de Marcos Brito, o primeiro Conselho Executivo da World Boxing será formado por Michael Muller, da Alemanha; Victorico Vargas, das Filipinas; e Susanne Karrlander da Suécia. O presidente eleito foi o alemão Boris van der Vorst, que obteve 63% dos votos. A eleição contou com a participação de 26 países dos 27 países membros da nova entidade.

A WB foi criada em abril de 2023 com o objetivo de manter o boxe nas Olimpíadas após a suspensão da IBA, por parte do COI, depois de casos de corrupção. A WB ainda busca o reconhecimento da entidade máxima olímpica para preservar o boxe na agenda dos Jogos a partir de Los Angeles-2028. Assim como em Tóquio-2020, em Paris-2024 o boxe está sendo organizado por uma força-tarefa do COI.

"Eu vejo que com a World Boxing a gente finca o pé na manutenção do boxe olímpico. O que eu espero do boxe são atividades, competições de alto nível, alta qualidade e acima de qualquer suspeita em seus resultados. Criar esse ambiente de confiabilidade, garantindo o resultado dentro do ringue e um regulamento transparente, é o que espero para o desenvolvimento do boxe", acredita Brito.

Confira abaixo a entrevista completa com Marcos Brito:

- Qual o papel do World Boxing?

Marcos Brito: A World Boxing nasceu de uma dissidência de alguns países de dentro da IBA que viam o risco do boxe ficar fora das Olimpíadas em razão do posicionamento e das exigências que o COI vinha fazendo e que claramente colocavam em risco a participação do boxe nas Olimpíadas. Alguns pais saíram da IBA e montaram a World Boxing com o objetivo de se apresentar como uma alternativa a tudo o que a IBA estava cometendo de erros e equívocos. Esse nascimento foi de muita importância porque a World Boxing se coloca hoje como a única opção do boxe para sua manutenção como esporte olímpico.

- Para você, o que representa ser um dos conselheiros?

MB: Um dos pilares da minha administração é colocar o Brasil dentro das decisões estratégicas do boxe. Não apenas em termos competitivos, que é um outro pilar, e a gente já conseguiu atingir, mas poder participar do pensamento, das decisões, das estratégias, e poder oferecer sugestões de melhoria. Estar no Conselho Executivo significa isso, mas não para por aí, quero que muitos outros brasileiros possam apresentar suas qualidades nas diversas áreas que envolvem o boxe.

- O que você vai buscar fazer como conselheiro?

MB: As obrigações do Conselho como instituição e como individualização de cada um dos seus membros é zelar pelo estatuto da World Boxing, fazer este estatuto ser cumprido, apresentar direcionamentos, atender às exigências do COI, agir com transparência, com compliance, exigir e fiscalizar os princípios de boa governança, fiscalizar toda a administração da World Boxing, além de outras obrigações inerentes a qualquer conselho, como aprovar sugestões para a realização de campeonatos, pedidos de filiação, a inserção de árbitros e juízes. Tudo isso tem como objetivo zelar para que tenhamos excelentes resultados dentro da World Boxing com absoluta e total isenção e apresentemos ao COI, como robustamente qualificados para a manutenção do Boxe como esporte olímpico.

- Para o boxe brasileiro, o que representa ter um representante no conselho?

MB: Muito mais importante que eu ser conselheiro da World Boxing é o Brasil ter um conselheiro na World Boxing. Mas essa não é a única posição que a gente quer. Como eu disse antes, o objetivo é estar inserido nas decisões estratégicas. Assim como eu me candidatei ao conselho, eu também apresentei vários outros brasileiros para a composição do quadro de diferentes comissões, diferentes conselhos. Essa é uma das buscas que eu continuo fazendo, que é ter brasileiros qualificados em suas áreas atuando dentro de suas expertises. No Brasil temos muitos profissionais com capacidade para contribuir para diversas áreas como a área técnica, medicina, antidoping, comunicação, compliance, árbitros e juízes etc. Sempre iremos apresentar excelentes opções de profissionais brasileiros comprometidos com o desenvolvimento de nossa modalidade.

- Com a World Boxing, o que você projeta para a modalidade nos próximos anos?

MB: Vamos buscar fazer um excelente trabalho. Hoje o nosso objetivo principal é organizar essa arrancada do boxe e preparar calendário de competições, preparar o regulamento para que seja o mais isento possível. Vamos buscar atender todas as agências e se apresentar como uma entidade isenta e absolutamente correta que atende todos os princípios de boa governança, de compliance, de transparência. Temos pela frente um trabalho muito grande e eu acredito que nós vamos colaborar bastante para o desenvolvimento do boxe.
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